Objeções ao pós-milenismo.

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Importante: O texto à seguir é de autoria de Louis Berkhof (1873-1957), teólogo sistemático reformado cujas obras têm sido muito influentes na teologia Calvinista da América do Norte e da América Latina. Ensinou por quase quatro décadas no Calvin Theological Seminary. 

a. A idéia fundamental da doutrina segundo a qual o mundo inteiro será gradativamente ganho para Cristo, a vida de todas as nações será transformada pelo Evangelho no transcurso do tempo, a justiça e a paz reinarão supremas, e as bênçãos do Espírito serão derramadas mais copiosamente que antes, de sorte que a igreja experimentará um período de prosperidade sem par imediatamente antes da vinda do Senhor – não está em harmonia com o retrato do fim do século que se vê na Escritura. Na verdade a Escritura ensina que o Evangelho se espalhará pelo mundo todo e exercerá uma influencia benéfica, mas não nos leva a esperar a conversão do mundo, nem nesta nem numa era vindoura. Ela salienta o fato de que a época imediatamente anterior ao fim será uma época de grande apostasia, de tribulação e perseguição, uma época em que a fé se esfriará a muitos, e em que os que são leais a Cristo serão submetidos a cruéis sofrimentos, e nalguns casos até selarão com seu sangue a sua confissão, Mt 24.6-14, 21, 22; Lc 18.8; 21.25-28; 2 Ts 2.3-12; 2 Tm 3.1-6; Ap 13. Naturalmente os pós-milenistas não podem ignorar por completo o que se diz acerca da apostasia e da tribulação que marcarão o fim da história, mas eles o subestimam e o descrevem como se predissesse uma apostasia e uma tribulação em pequena escala, que não afetarão o fluxo principal da vida religiosa. Sua expectação de uma gloriosa condição da igreja no fim se baseia em passagens que contêm uma descrição figurada, quer da dispensação do Evangelho como um todo, quer da perfeita ventura do reino externo de Jesus Cristo. 

b. A idéia correlata de que a presente era não acabará numa grande mudança cataclísmica, mas passará numa transição quase imperceptível para a era vindoura, é igualmente antibíblica. A Bíblia nos ensina de maneira muito explícita que uma catástrofe, ou uma intervenção especial de Deus, dará cabo do governo de Satanás sobre a terra e introduzirá o Reino que não poderá ser abalado, Mt 24.29-31, 35-44; Hb 12.26,27; 2 Pe 3.10-13. Haverá uma crise, uma transformação tão grande, que pode ser chamada “regeneração”, Mt 19.28. Assim como os crentes não se santificam progressivamente nesta existência até estarem praticamente prontos para, sem muita mudança mais, entrar no céu, o mundo também não será purificado gradativamente, aprontando-se deste modo para entrar no estágio subseqüente. Justamente como os crentes ainda terão que submeter-se a uma grande mudança a operar-se na morte, assim o mundo sofrerá uma tremenda mudança quando chegar o fim. Haverá novos céus e nova terra, Ap 21.1.

Gráfico descritivo da posição pós-milenista.

c. A idéia moderna de que a evolução natural e os esforços do homem no campo da educação, da reforma social e da legislação produzirão gradativamente o reinado perfeito do espírito cristão, entra em conflito com tudo quanto a palavra de Deus ensina sobre este ponto. Não é a obra do homem, mas, sim, a de Deus que introduz o glorioso reino de Deus. Este reino não pode ser estabelecido pelos meios naturais, mas somente por meios sobrenaturais. É o reinado de Deus, estabelecido e reconhecido nos corações do Seu povo, e este reinado jamais o podem tornar efetivos os meios puramente naturais. A civilização sem a regeneração, sem uma transformação sobrenatural do coração, jamais produzirá um milênio, um governo eficaz e glorioso de Jesus Cristo. Dá para ver que as experiências do segundo quartel deste século devem ter imposto esta verdade ao homem moderno. O tão decantado desenvolvimento do homem ainda não nos levou a vislumbrar o milênio.

Fonte: Amilenismo 
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