Mandaram o genérico

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Por Renato Vargens

Um Amigo me compartilhou essa semana que uma Igreja muito pobre se cotizou para receber um determinado ministério de música de uma conhecida igreja do Rio de Janeiro. O valor pedido pelo "ungido" ministério era bem alto, o que fez com que aquela pequenina comunidade se individasse toda. No dia marcado, eis que surge a banda disposta a "louvar" o Senhor. No entanto, o que a igreja não imaginava é que o vocalista do grupo, em questão não era exatamente o que eles esperavam. Ele até se vestia igual, cantava igual e tinha uma certa aparência com o líder da banda, mas não era ele, e sim um substituto. A banda se desculpou dizendo que o famoso cantor tinha um outro compromisso numa GRANDE igreja do Rio de Janeiro e por isso enviaram o "genérico".

Caro amigo, infelizmente em nome de Deus os denominados cantores gospel criaram uma verdadeira indústria. Alguns destes possuem o ultraje de cobrar R$ 35.000,00 por show. Ora, isso é uma verdadeira aberração! Em um país de gente miserável e pobre, a igreja em vez de saciar a fome daqueles que anseiam por justiça e comida, comercializa a fé?

Sinceramente esses cantores que se dizem vocacionados deveriam abrir mão dos cachês nababescos e viver como qualquer servo de Deus. É bem possível que ao ler a esta afirmação talvez você esteja pensado com seus botões: “Há, mais eles precisam viver, é certo que recebam!” Claro que é justo que recebam uma oferta como qualquer ministro cristão, todavia, existe uma diferença significativa entre receber uma oferta e cobrar milhares de reais por apresentação. Se não bastasse isso, tais cantores se locupletam de uma glória que não lhes pertencem, tomando para si a honra que pertence ao Senhor das nossas vidas.

Pois é, como já escrevi inúmeras vezes esta historia de artista gospel é uma verdadeira vergonha. Afirmar que seus shows fazem parte de um ministério cristão é no mínimo afrontar o conceito bíblico de serviço. Isto posto, repudio veementemente os que em nome Deus se locupletam da fé publica cobrando valores imorais por seus shows e apresentações.

Que Deus tenha misericórdia desta geração!

Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

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A apostasia subiu além das nuvens

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Em minha época de estudante de Teologia havia algo muito característico entre alguns de nós: as “novidades” teológicas. Na realidade, não eram novidades para os mais experimentados, mas para nós, alunos iniciantes, sim eram novidades.

Estávamos sempre prontos para discutir e defender posições. Participar daquele processo fez desenvolver a capacidade de aceitar a confrontação e formar a mente teológica de muitos.

Era comum naqueles torneios encontrar defensores - muitos eram crentes mesmo – de posições sem se submeterem ao crivo criterioso da Hermenêutica. Raramente o coração estudantil permitia-se ao Espírito de Deus conduzi-lo à verdade. Em regra geral os desvios doutrinários provinham da aplicação de métodos inconsistentes utilizados na abordagem dos textos sagrados.

Refutávamos o humanismo arminiano, a aniquilação pós morte, a descida de Cristo ao inferno e outras modas com a leitura compartilhada de textos. Comparando coisas espirituais com coisas espirituais. O problema nunca esteve no texto, na verdade do Senhor, mas sim, no coração do jovem herege e nas nossas deficiências pessoais em exaltar o Altíssimo na grandeza devida.

Tudo fazíamos em nome da preservação da sã doutrina e dos conselhos eternos do nosso Deus. Vivia-se intensamente as delícias das Escrituras na companhia dos santos: Owen, Puritanos, Ryle, Pentecost, Hoekema, Spurgeon, Pink. L. Jones, Berkof, Tozer e tantos outros.

Hoje, passados alguns anos, minha deficiência em exaltar o Altíssimo na dimensão devida permanece. Como também a questão do método continua, e fornece toda a lenha para movimentação e crescimento da apostasia.

Ferve na veia apóstata o fulgor das conquistas, o encanto desmedido, as paixões malditas. Não há inocência da parte deles, satanicamente desenvolvem suas doutrinas em oposição ao nosso Deus.

Deste coração em trevas apto a exaltação pessoal, movido pela arrogância e ambição, fluem as intenções de aproximação do Senhor, e como satanás, tramam ser semelhantes ao Altíssimo.

A licitude vem da autonomia dos pensamentos, das obscuras intenções à revelia do Santo.

"Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." (Isaías 14:14)

Subiram, e subirão ainda mais, além das nuvens do mundanismo, do secularismo, do pecado...

O Senhor conhece todas as coisas e sua justiça inundará toda a terra.

"Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!" (Isaías 14:12)

A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.

Autor: Paulo Brasil
Fonte: [ Através das Escrituras ]

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Meu sobrinho, a inspiração da Bíblia, a divindade de Jesus e os liberais

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Quando estou de férias em Recife uma de minhas atrações favoritas (senão a favorita) é curtir o meu sobrinho, de três aninhos de idade (e não é porque o nome dele é igual ao meu, viu?!). Como ainda não sou pai, meu consolo é ficar babando por ele (acho que herdei a “corujice” de meus pais). Desta última vez em que fui a minha amada terra, ensinei-lhe a dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus.

– “A Bíblia é o que, Leo”?

– “A Palavra de Deus”, respondia ele entusiasticamente, com os punhos cerrados e dando socos no ar, como se estivesse comemorando um gol ou coisa do tipo. Fiquei lhe perguntando repetidas vezes a mesma coisa, e a resposta era sempre a mesma: “A Palavra de Deus, a Palavra de Deus”! Depois disso, dessa vez sem adotar nenhuma metodologia tipo catequética, perguntei-lhe quem era Jesus. Ele pensou um pouco, pensou, e disse: “É… é… é Deus”! Ainda nem tínhamos conversado sobre isso! Nem acreditei no que ouvi, tanto que resolvi forçar mais ainda a barra:

– “E quem é Deus, Leo”?

– “Jesus”, respondeu ele dando de ombros, com aquela simplicidade que é própria das crianças. Depois daquele dia eu quase disse para mim mesmo que agora eu poderia morrer, ops!, ir para Santarém em paz (*).

Depois de mais dois meses sem falar com meu sobrinho, pedi a minha mãe para levá-lo à casa dela somente para eu matar um pouquinho da saudade que sinto dele. Depois de tantos desencontros (eu ligo e ele não está, ele está e eu não ligo…), o dia finalmente chegou: eu estava, enfim, cara a cara, ou melhor, fone a fone com ele. E adivinhem qual foi a primeira pergunta que lhe fiz?

– “A Bíblia é o que, Leo?” – perguntei-lhe com aquela expectativa ofegante, para ver se ele ainda lembrava.

“A Palavra de Deus!”, respondeu ele sem hesitar (só não deu para saber se foi com socos no ar). Dois meses depois e ele ainda lembrava! Puxa vida! Nem precisa dizer como me senti, não é mesmo? Bem, depois de ouvir o que queria (egoísta bitolado, eu?!), começamos a conversar sobre sua escolinha, seus amiguinhos, sua “malcriação” (“birra”, para os não-nordestinos), etc, etc, etc.

As declarações de meu sobrinho fariam muita gente se contorcer toda, especialmente os liberais, que negam tanto a inspiração das Escrituras quanto a divindade de Jesus. Para estes, as palavras do pequeno Leo não revelam apenas a “inocência” de uma criança que ainda não sabe o que diz, mas também a ilusão de toda uma cultura cristã construída sobre uma base mítica – os Evangelhos, que não são, segundo eles, um relato confiável da vida e ministério de Jesus. É exatamente assim que pensa, por exemplo, Rudolf Bultmann, teólogo liberal (roxo, diga-se de passagem), considerado por muitos como um dos maiores eruditos em Novo Testamento do século 20.

Eu realmente penso que não podemos saber quase nada sobre a vida e a personalidade de Jesus, já que as fontes cristãs primitivas [os Evangelhos] não mostram qualquer interesse em ambos, são fragmentárias e frequentemente lendárias; e outras fontes sobre Jesus não existem[1].

Para Bultmann, a Bíblia nada mais é do que o registro das crenças de um povo, a saber, dos judeus e cristãos do primeiro século, nada mais. Ela está cheia de lendas e crenças populares. Não há nenhuma verdade absoluta ali, apenas crendices (lendas).

A comunidade cristã estava convencida de que Jesus havia realizado milagres, e contaram muitas histórias de milagres sobre ele. A maioria das estórias sobre milagres que estão nos Evangelhos são lendas, ou pelo menos estão revestidas de caráter lendário. Não pode haver dúvida, contudo, que Jesus realizou atos que, no seu entendimento e no de seus contemporâneos, eram atribuídos a uma causa divina sobrenatural[2].

Além de eventos como o relato do chamado dos primeiros discípulos (Mt 4.18-22; Mc 1.16-20; Lc 5.1-11), da morte de João Batista (Mt 14.1-12; Mc 6.14-29; Lc 9.7-9), da moeda na boca do peixe, para pagar o imposto (Mt 17. 24-27), e da última Ceia (Mt 26.26-30; Mc 14.22-26; Lc 22.14-20), a própria ressurreição de Jesus é considerada por liberais como Bultmann como mitológica, lendária. Para eles, Jesus não ressuscitou literalmente, mas apenas no coração e na lembrança dos discípulos. Por exemplo, Cristo não esteve literalmente com aqueles dois discípulos no caminho de Emaús (Lc 24.13-35), mas apenas “na memória” destes. Ou seja, o Jesus que caminhava com aqueles discípulos era, na realidade, uma fantasia. Consequentemente, isso faz com que a divindade de Jesus também seja mítica, já que sua ressurreição (que para nós, os que cremos, é uma prova cabal de sua divindade) não foi histórica, mas folclórica. E o que Bultmann propõe para que relatos tão “fantasiosos” e “folclóricos” como esses é que o intérprete das Escrituras proceda a uma “demitização” (ou “desmitologização”) da mensagem do Evangelho (do kerigma), o que pode significar negar totalmente o conteúdo da Revelação, mesmo que alguns relatos nem sejam tão “absurdos” e “folclóricos” assim.

Prefiro ficar com a simplicidade do meu sobrinho a ceder às sugestões de Bultmann e seus confrades liberais. E não se trata de nenhum tipo de “nepotismo teológico” de minha parte, claro que não. O que o pequeno Leo falou apenas está de acordo com o ensino das Escrituras, no qual creio ser infalível, inerrante e inspirado. “Nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” – é o vaticínio de Pedro quanto à infalibilidade e inspiração da Bíblia (2Pe 1.20-21). Pedro diz que os santos profetas não falaram aquilo que eles “achavam” que ia acontecer, e sim aquilo que Deus lhes mandara falar e que Ele mesmo cumpriria. Este mesmo Pedro, quando discursou em Jerusalém por ocasião da descida do Espírito Santo sobre a igreja no dia de Pentecostes (At 2), aplicou o Salmo 16, especificamente os versículos de 8 a 10, a Jesus: “Porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção” – referindo-se à ressurreição de Cristo como um fato histórico, o que atesta tanto a infalibilidade das Escrituras quanto a divindade do Filho de Deus. Se isso é mero mito, como querem os liberais, então, de acordo com o apóstolo Paulo “é vã a nossa pregação, e vã, a nossa fé” (1Co 15.14).

O teólogo presbiteriano Grescham Machen já dizia que “o liberalismo teológico não é cristianismo, mas outra religião”. G. K. Chesterton foi mais além (apesar de não estar se referindo diretamente aos liberais) quando disse que “quando as pessoas deixam de crer no verdadeiro Deus da Bíblia, isso não significa que elas deixaram de crer em algo, mas que elas agora creem em tudo ao mesmo tempo”[3]. H. Richard Niebuhr também deixou seu comentário (caricaturizado) sobre a perspectiva liberal: “um Deus sem ira levou homens sem pecado para um reino sem julgamento pelas ministrações de um Cristo sem uma cruz”[4]. Tudo isso só reforça ainda mais o parecer simples, mas extremamente profundo, do meu querido sobrinho: a Bíblia é a Palavra de Deus; Jesus é Deus! Simples assim.

Soli Deo Gloria!

(*) Isso não quer dizer que eu esteja aderindo ao Monarquianismo Modalista (séc. IV), que não faz distinção entre as Pessoas da Trindade (aquelas coisas do tipo: “o Pai foi para a cruz”, Unitarismo, etc). Só estou ressaltando a divindade de Cristo, nada mais. Seria exigir demais de uma criança de apenas três anos que ela distingua tão bem algo que nem mesmo os grandes teólogos da história conseguiram fazer – desvendar o inesvendável mistério da Trindade.


Notas:
1 - Bultmann, Rudolf K. Jesus and the Word (1934). Citado por Augustus Nicodemus Lopes em A Bíblia e Seus Intérpretes. São Paulo, 2007. Editora Cultura Cristã. Pág. 208.

2 - Idem. Pág. 208, 209.
3 - Citado por Michael Horton em A Face de Deus – os perigos e as delícias da intimidade espiritual. São Paulo, 1999. Editora Cultura Cristã. Pág. XV.
4 - Idem.
Pág. XVI.

Autor: Leonardo B. Galdino
Fonte: [ Optica Reformata ]

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De pecadores mortos a santos ressuscitados

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Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isto não vem de vós, é dom de Deus
(Ef 2:8)

INTRODUÇÃO

Na primeira mensagem dessa série, lemos que Paulo escreveu a santos e fiéis em Cristo. Santos significa separados para Deus e fiéis quer dizer crentes em Jesus. Porém, a Bíblia diz que "todos pecaram e separados estão da glória de Deus" (Rm 3:23). Diz também que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). Como então pecadores mortos passam a ser santos vivos? É esse processo que Paulo explica na passagem que iremos meditar nesta noite.

Na primeira parte do capítulo primeiro, Paulo fala do planejamento da nossa salvação pelo Pai, do provimento dos meios para nossa salvação pelo Filho e da execução dessa salvação pelo Espírito Santo. Agora Paulo se detém a explicar o que aconteceu na prática com cada pessoa que experimentou a salvação de Deus, de como elas passaram de defuntos espirituais a novas criaturas em Cristo.

Você precisa apreciar, valorizar o que recebeu de Cristo. Mas para isso, precisa considerar tr~es coisas: que você estava morto e separado de Deus, que você foi vivificado em Cristo e que tudo isso foi feito exclusivamente pelo Espírito Santo.

I ESTANDO VÓS MORTOS EM OFENSAS E PECADOS, 2:1

Tudo começou com nosso primeiro pai, Adão. Ele recebeu uma ordem de Deus, não poderia comer do fruto da árvore no meio do jardim. Deus havia sido bem claro: "De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:16-17). Desde Adão, todos os homens nascem mortos espiritualmente, pois "como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram" (Rm 5:12).

Paulo apresenta as provas dessa morte espiritual, ao dizer que

1. Andávamos "segundo o curso deste mundo", 2:2a

Os padrões do mundo são opostos à Lei de Deus. Existe uma incompatibilidade, que a Bíblia chama de inimizade entre o mundo e Deus, a ponto de que se alguém quer ser amigo do mundo, torna-se inimigo de Deus. E de fato, a forma como andávamos anteriormente fazia de nós inimigos de Deus (Rm 5:10)

2. Andávamos "segundo o príncipe das potestades do ar", 2:2b

Como "todo o mundo está no maligno" (1Jo 5:19), andar segundo os rudimentos do mundo é, em última análise, fazer a vontade do Diabo. Mesmo sem saber, quem está no mundo faz a vontade do Diabo e não a vontade de Deus. Pois quem opera neles não é o Espírito santo, mas "espírito que agora opera nos filhos da desobediência" (2:2).

3. Andávamos "nos desejos da nossa carne", 2:3

Além de nos conformar com o mundo separado de Deus, de agir sob influência do Diabo, também nos entregávamos à concupiscência de nossa carne, "fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" (2:3). Quando Adão pecou, ele arruinou a nossa natureza, que ficou corrompida pelo pecado. Passamos a ter uma vontade contrária á vontade de Deus, de modo que até mesmo nossos pensamentos tornaram-se pecaminosos.

Era assim que andávamos, como amantes do mundo e inimigos de Deus, dominados pelo espírito maligno e não pelo Espírito Santo e servos de nossa vontade caída e não da vontade santa de Deus. Isso fazia de nós "filhos da desobediência" e "filhos da ira". Por nossa desobediência estávamos destinados à ira, se Deus não fizesse algo por nós. Mas Ele fez!

II NOS VIVIFICOU JUNTAMENTE COM CRISTO, 2:5

1. Motivado "pelo seu muito amor com que nos amou", 2:4

Paulo se refere a Deus como "riquíssimo em misericórdia" (2:4). Não fosse Seu grande amor para com pecadores irremediáveis, nós permaneceríamos mortos até finalmente experimentarmos a segunda morte, a condenação e tormento eterno. Mas movido por grande amor, foi misericordioso e nos deu vida com Cristo, livrando-nos das algemas da morte.

2. Ele "nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus", 2:6

Mais que apenas nos vivificar, o Senhor nos exaltou às regiões celestiais, em Cristo. Como a igreja é o Corpo de Cristo, que está assentado nos céus, desde agora ela está assentada nos lugares celestiais na pessoa de Jesus. De defuntos espirituais jogados nas profundezas da terra e separados de Deus, fomos transportados para as alturas celestiais, na presença de Deus!

3. Para mostrar as "as abundantes riquezas da sua graça", 2:7

Para que Deus fez tudo isso? Paulo nos diz que foi para mostrar "nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus". Deus é glorificado por Sua justiça quando aplica a justa condenação àqueles que rejeitam seu Filho Jesus Cristo. Mas muito mais Ele é glorificado ao exibir, por toda a eternidade, a riqueza de sua graça com pecadores redimidos e ressuscitados com Seu Filho!

III ISTO NÃO VEM DE VÓS, É DOM DE DEUS, 2:8

Agora precisamos abordar um ponto fundamental e que muitas vezes é ignorado. Tranformar pecadores mortos em pessoas nascidas de novo é uma obra exclusiva de Deus. Um morto não pode fazer nada por si mesmo. Somente depois de ser vivificado é que alguém pode esboçar qualquer reação. Paulo faz questão de deixar isso claro na passagem que estamos analisando.

1. "Estando nós ainda mortos em nossas ofensas", 2:5

Nunca é demais relembrar este ponto: nós ainda estávamos mortos quando fomos renovados em nossa vontade, mente e coração. Um morto não tem fé, então precisar viver antes de crer. Um morto não se arrepende, então precisa viver antes de confessar seus pecados. Por isso, os que nasceram de novo "não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1:13). Deus usa de misericórdia e vem até nós quando estamos mortos e incapazes de fazer qualquer coisa para cooperar com Sua obra em nós.

2. "Não vem das obras, para que ninguém se glorie", 2:9

A nossa ressurreição com Cristo não vem de algo que possamos fazer. Obras são coisas que o homem faz. E não há nada que o homem possa fazer para ajudar na sua salvação. Se o homem operasse ou cooperasse com sua salvação, teria motivos para se orgulhar disso. O glória não seria toda de Deus, que pelo menos uma parte teria que dividir com o homem. Mas a Bíblia é taxativa: a salvação não vem de obras humanas, logo não há motivo para ele se gloriar.

3. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé", 2:8

A salvação é uma obra divina, do começo ao fim. Paulo diz que somos salvos pela graça. O fundamento de nossa salvação é a graça de Deus, é porque Deus quis nos salvar, mesmo sem mérito algum, que somos salvos. Tudo o que é necessário para nossa salvação é provido por Deus, até mesmo a fé. A fé é necessária para a salvação, pois somente quem crê é salvo por Deus. Mas é Deus quem nos capacita a crer, em outras palavras, a fé também é um dom de Deus!

CONCLUSÃO

Um erro comum é pensar que como a salvação é pela graça somente e não pelas obras, não precisamos viver uma vida de santidade ou fazer o bem. O ensino de Paulo é bastante claro. Embora o novo nascimento não dependa de boas obras, estas tem o seu lugar na vida daqueles que nasceram de novo. Primeiro, que "fomos criados para boas obras" (2:10). Não realizamos boas obras para sermos salvos, mas somos salvos para realizá-las. As boas obras não são a causa, mas a consequência da salvação. Em segundo lugar, as boas obras "Deus preparou para que andássemos nela" (2:10). Isto significa que mesmo quando realizamos boas obras, e devemos realizá-las, não devemos nos orgulhar disso, "porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2:13).

Soli Deo Gloria

Autor: Clovis
Fonte: [ Cinco Solas ]

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Distorções quase imperceptíveis

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Vós sois o sal da terra, não há problema em ser insípido. (Mt 5:13)

Vós sois a luz da igreja. Pode se esconder uma cidade sobre um monte, deve se colocar a candeia debaixo do alqueire e não no velador. (Mt 5: 14)

Buscai, pois, em primeiro lugar as coisas que serão acrescentadas e se der tempo, busque o Reino de Deus e sua justiça. (Mt 6:33)

Podeis servir a Deus e às riquezas (Mt 6: 24)

Acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, pois a traça e a ferrugem não corroem e os ladrões não roubam. (Mt 6:19)

Julgueis antes que sejais julgados. (Mt 7:1)

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se exalte, tome a sua bênção e siga-me. (Mc 8: 34)

Se aqueles pequeninos crentes te fazem tropeçar, melhor seja que pendure ao pescoço de cada um deles uma pedra de moinho e os lance no mar. (Mc 9: 42)

Deixai vir a mim os poderosos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. (Mc 10:14)

Frequente as reuniões eclesiásticas sem falta e pregai o evangelho a todos os membros. (Mc 16:15)

Porque Deus amou Jesus de tal maneira que deu ao Mundo a condenação merecida, para que todo aquele que Nele não crer, pereça e tenha a condenação eterna. (Jo 3:16)

Ué, que heresia é essa?
Ué, os versículos estão distorcidos?
É ... mas é assim que é pregado o "evangelho" hoje. Ou... só você não percebeu?

Pare e pense.

Fonte: [ Gito ]
Via: [ PavaBlog ]
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Deus não vai se ajustar a você!

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Por: Josemar Bessa

"Ainda hoje a minha queixa é de um revoltado, apesar de a minha mão reprimir o meu gemido. Ah! se eu soubesse onde o poderia achar! Então me chegaria ao seu tribunal. Exporia ante Ele a minha causa, encheria a minha boca de argumentos. Saberia as palavras que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse" (Jó 23.1-5).


Imagine isto: uma convocação de pessoas irritadas se reunindo numa montanha para ter uma sessão de queixas com Deus.

A primeira pessoa a apresentar o seu caso é Moisés. Ele agarra firmemente seu bordão e dá um passo autoritário à frente. Olha dramaticamente para a esquerda e depois seu olhar se desvia a direita. Faz uma pausa deliberada, cofiando a barba esvoaçante. Ele olha diretamente para Deus e estronda numa voz poderosa: "Deus, nós nos conhecemos muito bem. O Senhor fez um bom trabalho no Mar Vermelho e com o exército de Faraó. Mas, será que eu não poderia ter colocado pelo menos um pé na terra de Canaã? Tenho esta queixa contra o Senhor há milhares de anos e preciso desabafar. Minha experiência com o Senhor não tem sido totalmente agradável. Fui deliberadamente exaltado para depois ser humilhado. Tudo que fiz foi bater na rocha! Que mal a nisso!"

"Olhe" - Moisés continua, elevando a voz emocionado. "Desisti do conforto do Egito, como segundo em autoridade ao Faraó. Segui ao Senhor sem vacilar. Tudo o que obtive em troca foram 40 anos nos confins de um terrível deserto, outros 40 anos tratando com uma multidão de pessoas que se comportavam como mentecaptos mal agradecidos, e depois morri justamente 30 dias antes de todos os outros entrarem na Terra Prometida! Estou desgostoso. O Senhor simplesmente não é 'justo'!”

Deus sorri reverentemente e em silêncio faz um aceno par o próximo da fila.

João Batista pigarreia nervosamente, lançando um olhar pra o papel amassado que guarda na mão. Ele começa, "Deus, sei que o Senhor é reto e santo, mas estou realmente aborrecido. Quanto mais penso, tanto mais me enraiveço. Deixe-me fazer uma pergunta: O Senhor já teve que comer gafanhotos? Eu tive - UFA! Além disso, o Senhor me obrigou a andar por morros e vales, gritando sobre o arrependimento com toda a força dos meus pulmões. E isso não é tudo. Depois de trabalhar tanto por sua causa, terminei numa cela da prisão e, a seguir sem cerimônia alguma minha cabeça foi cortada! Isso não é 'justo'! Acredito que me explorou para proveito próprio. É dessa forma que age? Se agrada em espremer as pessoas, tirando tudo delas e depois jogá-las fora? É isso que faz?"

Deus sorri brandamente e acena pra o outro indivíduo. Este se porta como um aristocrata. Seu nome é Jó. Ele passa levemente o dedo pelo nariz e fala, "Deus, sei que o Senhor tem tudo sobre controle. Mas, penso que é um 'desmancha-prazeres cósmico’. Deve ficar sentado em seu trono esperando que alguém esteja gozando a vida ao máximo, e então ri sinistramente e torce satisfeito as mãos. Posso ver isso claramente: o que faz é esmagar tudo o que essa pessoa tem. Não tente fugir agora; estou aqui para comprovar pessoalmente o fato de que esse é um dos seus passatempos favoritos".

Neste ponto todos concordam vigorosamente com a cabeça e resmungam afirmativamente.

Jó continua, "Fui vítima indefesa. Sem consultar-me o Senhor deu ao diabo permissão para me destruir. Perdi 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, meu gado, jumento, servos, sete filhos e minhas três preciosas filhas. Isso não é tudo. Enquanto me sentava nas cinzas de minha casa queimada, cuidando de meus tumores, minha mulher me disse que eu havia perdido a integridade e que deveria blasfemar contra o Senhor e morrer. Deus, não consigo compreender como isso aconteceu comigo. O Senhor é 'injusto' em suas ações, não só comigo..."

Ao olhar a fila, Deus vê muitas pessoas cuja raiva está crescendo. João se queixa de seus "Benefícios da Previdência Social" no asilo de loucos na ilha de Patmos. Os outros discípulos estão reclamando sobre suas experiências desconcertantes com o martírio, Jeremias se queixa das condições do calabouço, onde ele ficava enterrado na lama praticamente até as orelhas.

Paulo tem uma longa lista de reclamações: Naufragou três vezes, não teve como se vestir, passou fome, foi amargamente perseguido, apedrejado, rejeitado pelo sistema religioso, encarcerado e finalmente cortaram o seu pescoço. José está extremamente raivoso por ter sido vendido como escravo, caluniado pela mulher do seu patrão, e atirado numa cela por anos... Seu único crime foi um sonho! O honesto e puro Estevão ainda tem lugares inchados e ferimentos por ter sido apedrejado até a morte.

Deus também não pode esquecer-se de Davi. Ele foi caçado como um animal raivoso pelo invejoso Saul. A seguir, depois de trinta minutos de pecado com Bete-Seba, Davi colheu literalmente o caos em sua família e no reino durante 40 anos. Cada um tem uma pasta cheia de "fatos" que justificam sua queixa básica contra Deus.

Em meio ao nosso sofrimento, nossas emoções se descontrolam. Essa é a razão de necessitarmos de um regime de impacto através da ajuda objetiva das Escrituras. Nós aqui, no século XXI, só nos ajustamos à justiça de Deus tendo um conhecimento categórico sobre Ele. (Você pode ver então a tragédia e o engano diabólico do 'evangelho da prosperidade?') - Ele é uma mentira e nos faz crer num Deus que é mera ficção. É importante também para nós compreender suas (de Deus) intenções a nosso respeito porque quando estamos sofrendo, no geral questionamos seus motivos e sua integridade.

Alguém talvez diga: "Mas Deus é tão misterioso, ninguém pode saber realmente quem Ele é!" Embora seja verdade que Deus é tão grande que nenhum pensamento humano pode contê-lo plenamente, temos, como seus filhos, capacidade de conhecê-lo. Nossa responsabilidade é colocar o conhecimento que temos sobre Deus em nossa mente e depois pedir ao Espírito Santo que o torne uma realidade viva tanto nos bons como nos maus momentos.

Os seguintes atributos de Deus estão prontos para serem bombardeados para o nosso tanque de pensamentos desde já. Preparado?

01. Deus sabe tudo (At 15.18).

02. Deus é santo (1Pe 1.15,16). Ele lhe dá o poder para andar na luz.

03. Deus é amor (1Jo 4.8). Ele está vitalmente interessado no nosso bem maior.

04. Deus é verdadeiro (Rm 3.4). Ele cumpre todos os acordos sem queixar-se as suas costas.

05. Deus não tem de dar contas a ninguém (Is 40.13-14). O que Deus faz por você não é devido a um sendo de obrigação.

06. Deus é Todo-Poderoso (Ap 19.6). Você pode sentir-se protegido pelo seu cuidado.

07. Deus é infinito e eterno (Sl 90.2) - Ele tem o ponto de vista perfeito com relação ao seu sofrimento.

08. Deus é invariável e imutável (Tg 1.17). Ele não é neurórico em sua atitude compassiva para com você.

09. Deus é Onipresente (Sl 139.1-24). Você não pode fugir da atuação dEle em sua vida.

10. Deus é reto e justo (Sl 19.9). Ele não faz acepção de pessoas.

11. Deus é o Rei do Universo (Ef 1.1-23). Ele tem tudo sob controle, inclusive a sua situação.

Nós muitas vezes desejamos que Deus se ajuste ao nosso modo de pensar. Quando esta é a abordagem, não leva muito tempo para compreendermos que estamos empenhados numa tarefa inútil. Se, porém, nos ajustarmos adequadamente aos pensamentos de Deus, nosso valor como seus servos aqui na terra irá aumentar aos olhos dEle. Podemos então deixar de lado nossos sofrimentos e levar o poder curativo da cruz de Cristo a outros que estão sofrendo. Nós nos ajustamos categoricamente ao modo de pensar de Deus.

Em resumo, Deus não vai se ajustar aos seus pontos de vista. Você pode tentar manipular a atenção dEle com choro, súplicas ou desvios. Mas depois de tudo ter sido dito e feito, você ainda terá de ajustar-se aos pensamentos de Deus, como revelados na Palavra.

Você talvez fumegue um pouco e aja insensatamente durante algum tempo, mas mais cedo ao mais tarde, depois do esgotamento total, terá de enfrentar o fato de que Ele não vai se mover. Ele está no controle. Ele é o Criador. Você sua criatura. Os cristãos humildes não tem problema com esta realidade, porque uma vez compreendida, eles entram numa esfera de maior liberdade, vida e amor dentro dos limites de sua herança espiritual.

Os epicureus, os estóicos e a sociedade hodierna

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Durante o período em que permaneceu pregando o evangelho em Atenas, o apóstolo Paulo foi afrontado por alguns filósofos epicureus e estóicos, que começaram a discutir com ele. "Alguns perguntavam: 'O que está tentando dizer esse tagarela?' Outros diziam: 'Parece que ele está anunciando deuses estrangeiros', pois Paulo estava pregando as boas novas a respeito de Jesus e da ressurreição" (At 17.18). Mas quem eram esses tais epicureus e estóicos? Inicialmente cabe ressaltar que, embora citados lado a lado, pertenciam a duas correntes filosóficas distintas, dentre as tantas existentes na Grécia.

De maneira resumida, vejamos as principais ideias dessas linhas de pensamento.

Iniciemos pelos epicureus, escola fundada por Epicuro (341-270 a.C.) no ano 300 a.C., aproximadamente. A filosofia por ele apregoada trazia em seu bojo o ensinamento de que nosso objetivo precípuo deve ser obter para a vida, através dos sentidos, o máximo possível de satisfação afastando toda e qualquer forma de sofrimento. Extremamente materialista, ensinava que o bem supremo é o prazer. Demonstravam pouco interesse por política e pela sociedade, e tinham como palavra de ordem "viva o agora".

No mesmo período e nação surge o estoicismo, fundado por Zenão. Segundo os estóicos, as pessoas são parte de uma mesma razão universal. Criam que os processos naturais eram regidos pelas leis da natureza e por isso o homem deveria aceitar deu destino. Se mostravam insensíveis a tudo.

Observando tais pensamentos, fica patente que a sociedade em nossos dias tem "um quê" de epicurismo e estoicismo.

Como os epicureus, materialista ao extremo. O homem vive como se não houvesse um porvir: importa o aqui, o agora, o imediato. Busca o prazer a todo custo. Hedonismo é a palavra-chave.

À semelhança dos estóicos, aprisionada a um fatalismo ingênuo que têm servido de desculpa para a inércia, para a inoperância, para uma vida ao "Deus dará". Dando margem à insensibilidade quanto ao sofrimento do próximo e ao próprio sofrimento, sempre utilizando as velhas máximas como desculpa: "Deus assim o quis", "Se Deus quiser" e, por conseguinte, não movendo uma palha sequer para reverter situações adversas.

No areópago, chamaram Paulo de paroleiro, tagarela, pregador de deuses estranhos. Não se preocupe se acontecer o mesmo com você. A semelhança entre os pensamentos em voga hoje e os pensamentos dos epicureus e estóicos é gritante.

Mas faça como o apóstolo: pregue mesmo que te chamem de paroleiro. Muitos desdenharão e dirão: "A respeito disso te ouviremos noutra ocasião." (At 17.32). Mas sempre haverá os "Dionísios" e as "Dâmaris" que crerão (At 17.34).

Soli Deo Gloria!

Autor: Alessandro Cristian
Fonte: [ Blog do autor ]
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Reformando o Culto

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Por: João Calvino

Com relação à adoração, a próxima acusação dos nossos inimigos, tem a ver com o fato de que, abolindo as observâncias pueris, que só levam à hipocrisia, nós adoramos a Deus de forma mais simples. Que de maneira alguma detratamos a espiritualidade da adoração é atestado pelos fatos. Pelo contrário, tendo a adoração em grande medida se degenerado, nós a restauramos em sua forma primitiva. Vejamos se a ofensa desferida contra nós é justa. Em termos doutrinários, eu sustento que estamos alinhados com os profetas; pois além da idolatria, não havia nada que eles reprovassem mais do que a falsa imaginação de que a adoração a Deus consistia de mera formalidade de ritos. Pois qual era o fundamento das suas declarações? Que Deus não habita e não atribui valor às cerimônias como um fim em si mesmo, mas que observa a fé e a verdade no coração; e que a única finalidade para a qual Ele as ordenou, e as aprovou, é que sirvam apenas de mero exercício da fé, da oração e do louvor. Os escritos de todos os profetas estão repletos deste conceito e não tenho observado que haja outra coisa que os tenha feito se ocupar mais.

Agora, não se pode, sem arrogância, negar que quando os reformadores apareceram, o mundo se encontrava, mais do que nunca, afligido por este tipo de cegueira. Foi então absolutamente necessário instar com os homens, da mesma forma que os profetas fizeram, e arrancar deles como pela força, a arrogância de imaginarem que Deus pudesse ficar satisfeito com estas cerimônias vazias, como crianças que se satisfazem com shows. Havia uma necessidade urgente de uma doutrina espiritual da adoração de Deus. Doutrina essa que se desvanecera das mentes dos homens. Que estas duas coisas foram fielmente realizadas por nós no passado e ainda agora realizamos, tanto nossos escritos, como os sermões claramente o atestam.

Censurando as cerimônias em si, e abolindo grande parte delas, confessamos que há algumas diferenças entre os profetas e nós. Eles censuraram seus compatriotas por confinarem a adoração na exterioridade das cerimônias, mesmo se tratando de cerimônias que foram instituídas por Deus mesmo. Nós rejeitamos que a mesma honra seja dada às invenções frívolas inventadas pelo homem. Eles, enquanto condenavam a superstição, deixaram intocadas as múltiplas cerimônias que agradou a Deus instituir, e que foram úteis e apropriadas para o tempo da tutelado; nosso trabalho tem sido corrigir numerosos ritos, que fazem a adoração, tanto andar de volta ao erro,, como de volta ao abuso, e além do mais ficar completamente fora de tempo. Pois, se quisermos colocar tudo numa tremenda confusão é só perder de vista a distinção entre a velha e a nova dispensação e o fato de que as cerimônias e suas observâncias, que eram úteis debaixo da Lei, agora, no entanto, são não somente supérfluas, como viciosas e absurdas.

Quando Cristo estava ausente e não havia ainda se manifestado, as cerimônias, que eram sombras Dele, nutriam a esperança do Seu advento no coração dos crentes. Mas agora que Sua glória está presente e visível, elas só o obscurecem. E nós vimos o que Deus mesmo fez. Pois estas cerimônias, que ordenou por um tempo, Ele agora as queimou para sempre. Paulo explica a razão: primeiro, desde que o corpo se manifestou em Cristo, o tipo, é claro, foi retirado; e segundo, é que Deus se agradou agora de instruir sua Igreja de forma diferente. (GI 4:5; CI 2: 4-14 e 17) Tendo então, Deus libertado Sua Igreja do fardo imposto a ela, eu pergunto, pode alguma coisa ser mais perverso do que os homens colocarem um novo fardo no lugar do velho? Tendo Deus prescrito certa economia, quão presunçoso seria estabelecer algo contrário e abertamente repudiado por Ele?

Mas o pior de tudo é que apesar de Deus, tão freqüente e severamente proibir todo tipo de adoração prescrita pelo homem, a única adoração prestada a Ele, consistia de invenções humanas.

Baseado em que, então, os nossos Inimigos vociferam que nesta matéria, lançamos a rei igião ao vento? Primeiro, não estendemos um dedo sequer, senão naquilo que Cristo mesmo considerou de nenhum valor, quando declarou que era vã a adoração a Deus pela tradição humana. A coisa poderia ser mais tolerável, se as conseqüências fossem apenas um desperdício de energia dos homens, por exercerem uma adoração sem valor. Mas, o que tenho observado, é que em muitas passagens, Deus proíbe, qualquer nova adoração, não sancionada pela Sua Palavra; desde que ele declara que se sente terrivelmente ofendido com a presunção dos que inventam tais adoração, e ameaça com severa punição. Fica claro então que a reforma que introduzimos era requerida e muito necessária.

Eu não estou desapercebido, de quão difícil é persuadir o mundo de que Deus rejeita e mesmo abomina tudo relacionado à sua adoração, que provém de invenções por parte da razão humana. O engano nessa matéria, deve-se à várias causas; "Todo mundo pensa alto a respeito de si mesmo", como diz velho provérbio. Sendo assim, o que produzimos com nossa própria mente, nos deleita, e além do mais, como Paulo admite, essa adoração fictícia, freqüentemente manifesta alguma aparência de sabedoria (Col 2:23). Então, como na maioria das vezes, se apresenta com um esplendor exterior que enche os olhos e agrada muito mais a nossa carne natural, do que aquela que Deus aprova e requer, e que não tem tanta ostentação. Mas não há nada que cegue tanto o entendimento dos homens e os engana no entendimento desse assunto, do que a hipocrisia. Pois, enquanto é devido ao verdadeiro adorador entregar-se de coração e mente, os homens estão sempre desejando inventar um modo de servir a Deus de forma totalmente diferente daquela que foi descrita, seu objetivo é apresentar a Ele um certo corpo de observâncias, e resguarda a mente para eles próprios. Além do mais, eles imaginam que quando impõem a Ele, uma pompa externa, conseguem, por este artifício, evadirem-se de entregarem-se a si próprio. Esta é a razão, porque se submetem a inumeráveis observâncias, que miseravelmente os fadiga sem medida e sem fim, e os faz preferir escolher vagar em um perpétuo labirinto, do que adorar a Deus, simplesmente, em espírito e verdade.

Fonte: Revista Os Puritanos, Ano XI – nº 02 – Abril/Maio/Junho de 2003. Páginas 22 e 23.
Via: [ Eleitos de Deus ]

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Até que ponto Deus quer que eu cuide do meu corpo físico?

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Por John Piper

P.: Ter uma vida nova em Cristo significa que eu deveria esperar ter, e me esforçar para ter, uma saúde física melhor? Até que ponto Deus quer que eu cuide do meu corpo físico?

Boa pergunta. Ele quer sim que você cuide do seu corpo físico. Alguns textos me vêm à mente.

Um deles é o que diz que nossos corpos são o templo do Espírito santo (1 Coríntios 6). E o contexto ali é o de não entregar seu corpo a uma prostituta. Mas a implicação é que nossos corpos são santos e reverentes.

Isso me impediu de fumar quando era adolescente! Realmente impediu! A instrução de minha mãe: "Filho, seu corpo é o templo do Espírito santo, e obter um câncer de pulmão por causa desse tipo de prazer não é tratar o Espírito Santo corretamente." Isso funcionou para mim! Ainda funciona.

Mas há outro texto que se aproxima ainda mais. Um pouco antes, naquele mesmo capítulo, ele não está lidando com prostitutas; ele está lidando com comida. O slogan em Corinto era (eu imagino que era um slogan em Corinto): "O estômago para a comida e comida para o estômago, e ambos serão destruídos no inferno". Isso está indicado pelo seu estilo docético de viver: "Coma tudo que você quiser. Não importa o que você come." E Paulo disse: "Afirmação verdadeira, mas eu não serei escravizado pelo que quer que seja!" E o contexto ali é comida.

A razão porque as pessoas não têm saúde é porque elas estão escravizadas. Elas estão escravizadas à preguiça e à comida. Assim elas comem demais e se exercitam muito pouco. E elas têm ataques do coração e contraem diabetes. E Deus considera que este é um problema espiritual.

Portanto, nós deveríamos nos esforçar espiritualmente. O que será que Paulo quis dizer quando disse: "eu não me deixarei dominar por nenhuma delas?" Ele quis dizer: "Cristo é meu mestre!"

E um terceiro texto que vem à mente é: "...o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e ..." O quê? "domínio próprio" - egkrateia (Gálatas 5:22-23).

E mais uma vez, predominantemente, o domínio próprio sexual está em vista; mas é a mesma coisa. A expressão "domínio próprio" não é, talvez, a melhor tradução, porque é , na verdade, um trabalho do Espírito santo.

Portanto, devemos lutar contra qualquer coisa que prejudique nossa saúde. Se comer demais nos faz mal, lutemos contra isso por meio do Espírito. Se a preguiça e a falta de exercício nos fazem mal, lutemos contra isso no poder do Espírito Santo. Ou seja, crendo nas promessas de Deus, orando ao Espírito Santo para que Ele venha, enchendo-se de força e coragem e negando a si mesmo.

Cristianismo é abnegação... por uma alegria mais elevada. E eu não desejo que o meu hedonismo cristão signifique que tudo é fácil. Não é. Praticamente nada que valha a pena fazer será fácil, até chegarmos ao céu. Então tudo será fácil.

Ele se preocupa com nossos corpos. Foi Ele que os deu para nós. Ele gostaria que eles fossem saudáveis e que durassem muito tempo, até que decida levá-los.

Fonte: [
Bom Caminho ]
Via: [
Blog dos Eleitos ]
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Pr. Yossef Akiva, a nova "estrela" dos Gideões de Camboriu

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Havendo lançado heresiarcas como Marco Feliciano, e depois de re-introduzir no cenário gospel pentecostal o pastor Gesiel Gomes (hoje apóstolo, e com a unção do cai-cai) o GMHU – Gideoes Missionários da Ultima Hora apostam todas as suas fichas em Yossef Akiva, o judeu cearense:




Detentor de poderes
místicos supra-naturais, o pastor Akiva derruba os crentes no chão enquanto promove adoração aos ícones caducos do judaísmo, como arca da aliança e shophar, coisas que carecem de sentido para o cristão da presente dispensação.

Revelamentos, descalabros e profecias de arrancar o sabiá do toco conformam o repertório deste judeu nordestino, que apesar da barba e da simbologia judaica, se recusa a cortar o bilau, ritual da circuncisão que fora instituído por Jeová como sinal para o povo hebreu. Entre as profecias estranhas do herege fanfarrão, destacamos esta que a Jonara garimpou no ano passado, quando ele ainda se vestia como o Valter Mercado e não tinha tanta barba:




É por estas
e outras que eu insisto em dizer que o congresso dos Gideoes Missionários de Camboriú é um ultraje ao evangelho, uma vergonha para o protestantismo, e suas praxes são muito piores do que aquelas presentes nas seitas pseudocristas, bem como no baixo-espiritismo. Os retetés lá promovidos são bem semelhantes aos movimentos presentes nos terreiros de umbanda, e os chavões proferidos desde o púlpito não passam de psicologização barata e auto-ajuda.

Nos Gideões 2010, por favor: O último que sair, apague a luz e aperte o botão de detonação!

Autor: Leonardo Gonçalves
Fonte: [ Púlpito Cristão ]

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A Assembleia de Westminster e as principais ênfases puritanas

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Os puritanos viveram com grande intensidade o Evangelho. Eles produziram a maior biblioteca teológica da história da igreja. Eram verdadeiros gigantes, tanto na teologia como na vida; tanto no conhecimento como na piedade.

Em 1643, o Parlamento Inglês, em guerra civil com o rei Carlos I, convocou a Assembléia de Westminster, composta por 151 teólogos do mais elevado cabedal teológico e espiritual. Reuniram-se na Abadia de Westminster, em Londres, até 1649. Eles escreveram os postulados doutrinários que deveriam ser ministrados às igrejas. Aquela magna assembléia debruçou sobre os temas mais relevantes da Bíblia e, em clima de profunda oração e fervor espiritual elaborou a Confissão de Fé de Westminster, os Catecismos Breve e Maior, o Diretório de Culto, a Forma de Governo e um Saltério. Esses documentos foram adotados pelas igrejas reformadas de quase todo o mundo. A Confissão de Fé e os Catecismos são os símbolos de fé da Igreja Presbiteriana do Brasil. Esses valiosos documentos são considerados a melhor síntese teológica já produzida na igreja cristã ao longo dos séculos.

A Assembléia realizou 1.163 sessões em 5 anos, 6 meses e 22 dias de reunião. As discussões tinham cunho elevado e alta erudição. Os participantes faziam jejum constantemente, humilhando-se diante de Deus. Tinham profunda reverência pela autoridade suprema das Escrituras. Por isso puderam, sob a iluminação do Espírito Santo, dar às gerações pósteras tão rico legado. Vejamos, agora, as principais ênfases puritanas:

1. Soberania de Deus - A soberania de Deus era fundamentada em três áreas distintas: a) princípio regulador puritano - "a glória de Deus": Eles casavam, trabalhavam, comiam, descansavam, escolhiam sua profissão, pregavam, criavam filhos, educavam, ganhavam dinheiro e investiam, tudo para glória de Deus; b) soberania na salvação - Eles pregavam que a salvação vem de Deus, é realizada e aplicada soberanamente por Deus; c) soberania nos acontecimentos - Tudo está sob o controle e o domínio de Deus. Eles descansavam em sua sábia e bondosa providência.

2. Centralidade da Bíblia - A ênfase puritana na centralidade da Bíblia preparou a igreja para os grandes embates que ela teve de enfrentar mais tarde com o racionalismo de um lado e o experiencialismo místico do outro.

3. Ênfase no Arrependimento, na Conversão e na Santificação - Eles pregavam a necessidade da profunda convicção de pecado, antes da conversão. Para eles, a santidade era a prova da justificação.

4. Vida Teocêntrica - O último conselho de Richard Baxter aos seus paroquianos foi: "Mantenham deleite constante em Deus". Toda a vida é de Deus. Toda vida é sagrada. O puritanismo resgatou um senso de totalidade à vida, em contraste com os mosteiros da Idade Média e com a posição pietista do século XVII.

5. Expectativa do Futuro sem Deixar de Agir no Presente - Eles eram otimistas. Não aplaudiam a desgraça. Não eram omissos. Eram práticos e dinâmicos. "A alma da religião é a parte prática." Fundaram universidades, criaram escolas e cultivaram forte espírito missionário.

6. Família para a Glória de Deus - A finalidade da família é estabelecer o Reino de Cristo em casa. Eles defendiam uma liderança firme, mas amorosa no lar. Os pais primavam para que seus filhos fossem mais filhos de Deus do que seus filhos. Treinavam os filhos por meio do exemplo. Enfatizavam o ensino, o trabalho e a disciplina. Jamais descuidavam do culto doméstico.

7. Vida Cristã Equilibrada - Podemos destacar o equilíbrio dos puritanos em cinco áreas distintas: a) ortodoxia e piedade: mente e coração; estudo profundo e intensa vida de oração; b) teólogos e homens de oração: conheciam as Escrituras e o poder de Deus; c) aceitação e rejeição ao mundo: o mundo é local de serviço a Deus, e lugar que pode desviar as pessoas do caminho eterno; d) aspecto ativo e contemplativo: eram grandes estudiosos, mas não deixavam a prática devocional por intermédio da oração e jejum; e) trabalho e lazer: todo o trabalho honesto é sagrado; ensinavam os filhos desde cedo a trabalhar.

Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes

Fonte: [ IGEVA ]
Via: [ Batistas Puritanos ]

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O que é apologética?

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1 Pedro 3:15 diz: "Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para oferecer resposta a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor." A palavra grega traduzida como "resposta" é απολογια, que freqüentemente se apresenta no contexto de um tribunal de recurso. Ela transmite a idéia de fornecer evidências, da construção de um caso, respondendo a perguntas, ou a defesa contra ataque. Assim, muitas traduções oferecem a palavra "defesa" em vez de "resposta".

O New Dictionary of Christian Apologetics define a apologética assim: "Apologética é a arte da persuasão, a disciplina que considera as formas de elogiar e defender o Deus vivo para aqueles sem fé." Com uma objeção que se tornará clara à medida que avançamos, eu acho que essa é uma boa definição da apologética. A definição mais simples que eu uso normalmente é: "Apologética é a defesa e a explicação da fé cristã".

Porque a Apologética é Necessária?

Precisamos reconhecer, primeiramente, que a conversão é uma obra de Deus, que é freqüentemente realiza à parte da apologética. A apologética não é necessária para a conversão cristã, nem é necessária para se saber que o cristianismo é verdade.

William Lane Craig escreve: "Como é que um cristão sabe que o cristianismo é verdadeiro?... O testemunho interior do Espírito Santo nos dá uma imediata e [verdadeira] garantia da verdade de nossa fé cristã... tal pessoa não precisa de argumentos complementares ou evidências a fim de saber... com confiança de que ele está, de fato, experimentando o Espírito de Deus... É o testemunho do Espírito de Deus em nosso espírito que nos dá a certeza de que somos filhos de Deus... Quando se trata de saber se a fé é verdadeira, portanto, o cristão não vai dependerá, basicamente, de argumentos e evidências, mas do gracioso testemunho do próprio Deus dado a todos os seus filhos pelo Espírito Santo que neles habita.”

Enquanto o saber de que a nossa fé é verdadeira seja uma obra do Espírito Santo, continuar convencido da verdade do cristianismo é, freqüentemente, o trabalho da apologética. Dr. James Parker no Seminário do Sul compartilha uma conversa que teve com um amigo não-cristão. Em resposta a perguntas, o Dr. Parker partilhou argumentos tradicionais da existência de Deus. Seu amigo então perguntou: "São estes tipos de razões e respostas o real motivo de você ter se tornado um cristão?" Dr. Paulo respondeu: "Não. Elas não têm nada a ver com o fato de me tornar um cristão. Mas têm tudo a ver com o fato de permanecer um cristão." Como criança, Parker acreditava que o cristianismo era verdade, e o abraçou. Ao envelhecer, teve questionamentos e dúvidas. A apologética respondeu a estas questões e dúvidas o que lhe permitiu continuar a ser um cristão seguro e racional.

Muitos cristãos nunca duvidam de sua fé, nunca se perguntam se o que acreditam é verdadeiro. Não precisam de apologética para saber que são cristãos e que o que acreditam que é a verdade. Entretanto, existe uma diferença entre saber que sua fé é real, e ser capaz demonstrar que sua fé é verdadeira. Saber que sua fé é verdadeira é suficiente para ser um membro de pleno direito da família de Deus. A apologética nos leva além do conhecimento, nos leva a sermos capazes de demonstrar a outras pessoas que o cristianismo é verdade.

Traduzido por Reforma&Razão
Via: [ Reforma & Razão ]

Sobre todas as coisas. Uma maravilhosa interpretação de Maria Rita

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Por Renato Vargens

Deus estabeleceu como ordem a graça comum. E que esta é a fonte de toda, cultura, e virtude comum que encontramos entre os homens. Em outras palavras isto significa que Deus em sua infinita graça fez com que o sol nascesse sobre o justo e o injusto, e mandasse chuva sobre o bom e o mau. Entre as bênçãos mais comuns que devem ser atribuídas a esta fonte, podemos enumerar a saúde, a prosperidade material, a inteligência em geral, os talentos para a arte, música, oratória, literatura, arquitetura, comércio, invenções e etc.

A luz desta afirmação assistam por favor este maravilhoso vídeo interpretado por Maria Rita:



Caro leitor, isto posto, eu louvo a Deus pela Graça comum! Meu amigo, não consigo ver deteminadas menifestações musicais ou culturais como satânicas ou malignas, antes pelo contrário, a multiforme manifestação cultural no ser humano, aponta diretamente para um Deus generoso que é absolutamente apaixonado pela arte, música e cultura.

Louvado seja o Senhor pela graça comum!

Fonte: [ Blog do autor ]
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Apologética: uma breve definição

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A Apologética Cristã não é o ataque a pessoas, instituições ou organizações, mas a defesa do evangelho de Cristo, do Seu senhorio, de Sua verdade absoluta e da arquitetura do Seu plano de resgate do homem, estabelecidos por Ele em seus decretos eternos.

Nossa meta é, portanto, combater o engano do qual anteriormente fomos presas, e do qual fomos resgatados não pelos nossos méritos, perspicácia ou sabedoria, mas pela incompreensível manifestação da Sua Graça. E é a plena compreensão disto que nos tira por completo o direito ao ataque a pessoas que hoje se encontram exatamente onde estivemos, ao mesmo tempo em que nos dá o pleno direito ao combate ao engano que as acorrenta e ao qual já fomos anteriormente acorrentados.

A fé cristã é mais que declarações verdadeiras e doutrinas corretas. Se tudo o que fazemos é defender um conjunto de proposições e doutrinas, rapidamente seremos frustrados. A fé cristã precisa ser pessoal, experiencial e transformadora. Nossa vida é a nossa forma mais efetiva e eficaz de apologética.

Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria!

Esta é a nossa meta.

Fonte: [ Reforma & Razão ]

Nota do Bereianos: Recomendo o excelente conteúdo do site Reforma & Razão! Artigos de leitura obrigatória para aqueles que buscam qualificações apologéticas.

RM
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A letra mata e a teologia enterra. Será?

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Por Renato Vargens

Volta e meia eu ouço da boca de algumas pessoas que o crente não deve se preocupar em conhecer ou estudar teologia, mesmo porque, segundo estes a letra mata. Para os que defendem este tipo de pensamento, o estudo sistemático da Bíblia e de suas doutrinas contribuem para a extinção do fogo do Espírito Santo na vida da igreja.

Ora, lamentavelmente essa famosa expressão paulina tem sido quivocadamente utilizada pelos combaterores da teologia. Como comumente acontece no aparecimento de desvios teológicos , usa-se um texto fora do contexto, para justificar distorcidas práticas doutrinárias. Infelizmente a expressão em questão, tirada da segunda epístola de Paulo aos Coríntios, tem sido usada por algumas pessoas que argumentam que não devemos seguir o que está escrito na Bíblia e sim as "revelações" do Espírito de Deus.

"E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo, como não será de maior glória o ministério do espírito?" 2 Co 3:6-8

Caro leitor, ao escrever este texto, Paulo estava falando sobre a superioridade da nova aliança sobre a antiga. A morte causada pela letra realmente é espiritual, porém, é bom salientar que se trata de uma alusão ao código escrito da lei mosaica. A lei mata porque demanda obediência irrestrita, mas não proporciona poder para isso. É representada pelas tábuas de pedra (3.3). Por outro lado, o espírito vivifica porque escreve a lei de Deus em nossos corações, trazendo-nos a vida em medida muito maior do que realizava sob a antiga aliança. É representado pelas tábuas da carne (3.3). Portanto, como podemos ver, o texto ão fundamenta, em qualquer instância, a rejeição de se estudar teologia.

Pois é, um dos problemas mais graves da igreja é a ignorância.

Que Deus tenha misericórdia de sua Grei!

Pense nisso!

Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

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Segundo debate sobre o Homossexualismo no Ratinho com Pr. Silas Malafaia.

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O pastor Silas Malafaia esteve no Programa do Ratinho (SBT) nesta quarta-feira (24/03) e debateu novamente sobre Homossexualismo e a possível aprovação do PL 122/2006. Após discutir o assunto com a autora do projeto, a ex-deputada federal Iara Bernardes, no programa do dia 24 de fevereiro, o grupo GLST (Gays, Lésbicas, Simpatizantes e Transexuais) não achou satisfatória a participação dela como porta-voz dos homossexuais e pediu um direito de resposta; desta vez com a presença do transexual Rosana Star, ex-paquito.

O projeto de lei 122/2006 define como crime qualquer ação, opinião ou crítica que venha a ser interpretada como discriminação ou preconceito quanto ao homossexualismo.

Assista o Vídeo de Silas Malafaia no Ratinho:






Fonte: Gospel Prime / Youtube/ Amigodcristo
Via: [ Ida Gospel ]


Nota do Bereianos: Como já tinha dito no post sobre o debate anterior, não concordo com muitas práticas do Sr. Silas Malafaia, porém mais uma vez ele representou bem neste debate.

RM

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Antinomianismo [Definição]

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NÃO SOMOS LIVRES PARA PECAR
Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele [Cristo] ê justo.
(1 João 3:7)

Antinomianismo, que significa ser "antilei", é um nome aplicável a diversas opiniões que têm negado que a lei de Deus, na Escritura, deve controlar diretamente a vida do cristão.

O antinomianismo dualístico aparece nos gnósticos he­réticos, contra os quais Judas e Pedro escreveram (Jd 4-19; 2 Pe 2). Esta corrente considera que a salvação é somente da alma, e o comportamento do corpo é irrelevante, seja no inte­resse de Deus ou da saúde da alma, de modo que podemos agir dissolutamente sem qualquer implicação negativa.

O antinomianismo centrado no Espírito coloca tal confian­ça na ação inspiradora do Espírito Santo a ponto de rejeitar qualquer necessidade de ensino da lei sobre como viver. A libertação da lei como meio de salvação é admitida para trazer consigo a libertação da lei como guia de conduta. Nos primei­ros 150 anos da Reforma, esta espécie de antinomianismo ameaçava freqüentemente, e a insistência de Paulo de que uma pessoa verdadeiramente espiritual reconhece a autori­dade da Palavra de Deus por meio dos apóstolos de Cristo (1 Co 14:37; cf. 7:40) sugere que a igreja de Corinto, obcecada pelo Espírito, estava sob domínio da mesma obstinação.

O antinomianismo centrado em Cristo argumenta que Deus não vê pecado nos crentes, porque eles estão em Cristo, que cumpriu a lei por eles, e, portanto, o que eles fazem realmente não faz nenhuma diferença, contanto que continuem crendo. Mas 1 João 1:8-21 (explanando 1.7) e 3:4-10 apontam para uma direção diferente, mostrando que não é possível estar em Cristo e, ao mesmo tempo, admitir o pecado como um meio de vida.

O antinomianismo dispensacional sustenta que não é neces­sário, em nível algum, que os cientes guardem a lei moral, considerando que já vivemos sob a dispensação da graça, não da lei. Mas Romanos 3:31 e 1 Coríntios 6:9-11, mostram clara­mente que a observância da lei é uma obrigação contínua dos cristãos. "Não [estou] sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo", diz Paulo (1 Co 9:21).

O antinomianismo dialético, como em Barth e Brunner, nega que a lei bíblica seja mandamento direto de Deus e afir­ma que as declarações imperativas da Bíblia ensejam a Palavra do Espírito, a qual, quando vem, pode ou não corresponder exatamente ao que está escrito. E evidente aqui a inadequabilidade da visão neo-ortodoxa da autoridade bíblica, que explica a inspiração da Escritura em termos da instrumentalidade da Bíblia como canal para os pronunciamentos de Deus a seu povo na atualidade.

O antinomianismo situacionista diz que um motivo e inten­ção do amor é tudo o que Deus requer agora dos cristãos, e os mandamentos do Decálogo e outras partes éticas da Escritura, por mais que sejam atribuídas diretamente a Deus, são meras regras e métodos de amar, regras que o amor pode a qualquer momento rejeitar. Porém Romanos 13:8-10, texto ao qual esta visão recorre, ensina que, sem o amor como motivo, estes mandamentos específicos não podem ser cumpridos. Vem à tona, mais uma vez, uma visão inaceitavelmente fraca da Escritura.

Deve ser ressaltado que a lei moral, cristalizada no Decálogo e reiterada no ensino ético de ambos os Testamentos, é uma lei coerente, dada para ser um código de prática para o povo de Deus em todas as épocas. Além disto, o arrependimento significa a decisão de, doravante, buscar a ajuda de Deus ao guardar essa lei. O Espírito é dado para capacitar a obediência à lei e tornar-nos cada vez mais semelhantes a Cristo, o arquétipo cumpridor da lei (Mt 5:17). Esta observância da lei é de fato, o cumprimento de nossa natureza humana, e a Escritura não oferece nenhuma esperança de salvação para qualquer um que, seja qual for sua profissão de fé, não procura mudar do pecado para a justiça (1 Co 6:9-11; Ap 21:8).

J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa – Pgs. 169-170
Via: [ Reforma & Razão ]

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