Refutação ao Apostolado contemporâneo [parte 01]

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Introdução


Ha mais de duzentos anos o mormonismo vem pregando uma “restauração” da igreja primitiva composta por Profetas, Apóstolos etc. Nesses últimos tempos uma doutrina parecida tem sido divulgada no Brasil por igrejas evangélicas em especial as adeptas do G12 e similares. Vale lembrar, que há séculos a Igreja Romana prega a doutrina da sucessão apostólica, tendo o Papa como sucessor de Pedro.

O texto base de tais igrejas, normalmente é Ef.4.11, tirado de seu contexto. Jesus escolheu doze apóstolos, dos quais Judas Iscariotes se suicidou, ficando 11. Depois Matias foi acolhido apóstolo para ser junto com os onze testemunha da ressurreição do Senhor (At.1.21-26), posteriormente Paulo, foi chamado pelo próprio Senhor para ser apóstolo e mesmo assim se considerava um abortivo, como nascido fora de tempo por ter sido o ultimo a ver o Senhor (1 Cor.15.7-9).

Se a instituição de apóstolos na igreja fosse algo necessário até a vinda do Senhor, Paulo não teria razão para fazer tal afirmação. Depois que morreu o ultimo apóstolo (João), nunca mais ninguém na igreja primitiva foi reconhecido ou ordenado Apóstolo. Em nenhuma parte da Bíblia nos aponta que o ministério dos apóstolos e profetas deveriam continuar até o fim dos tempos. Um exemplo rápido que podemos citar é
as 1a e 2a epístolas de Paulo a Timóteo, e a epístola a Tito. As mesmas deitam normas para aqueles, dentre os anciãos (= presbíteros) da igreja local (o único organismo autorizado pela Bíblia) que exercerão os 2 únicos tipos de ofício bíblicos da igreja local: 1) bispos (= pastores = supervisores) e 2) diáconos. Mas nenhuma norma ou menção é feita de “futuros apóstolos ou profetas”!... É absurdo se pensar que Deus se “esqueceu” de dar as normas para o ofício de apóstolo, se este devesse ser continuado!

(Autor do texto introdutório:
Francisco Belvedere Neto )

Para um conhecimento mais amplo sobre o fato de não existir apóstolos nos dias de hoje, clique aqui. (altamente recomendável).


Conforme dito na introdução acima, durante séculos, os principais líderes de seitas se auto intitulam apóstolos ou profetas de Deus, portadores de extra revelações supostamente vindas de Deus. Com isso, as pessoas incautas são levadas a viverem involuntariamente submissas aos mesmos, bem como aos ensinamentos distorcidos e extrovertidos que são pregados por eles, debaixo de um regime autoritarista e dominador, pois pela prática, quem irá contra um "profeta ungido" de Deus?

O grande perigo que vemos nesse movimento de restauração apostólica é exatamente isso, o domínio e a monopolização do povo Cristão impedindo que o crente creia em Deus com todo o seu conhecimento e raciocínio. O problema está na ênfase que se dá aos apóstolos contemporâneos como portadores de uma "autoridade especial"!

Estes senhores intitulados Apóstolos e Profetas estão trazendo para si algo que os colocam como “superiores”, portadores de uma “unção especial”, pessoas “intocáveis e inquestionáveis”, os “ungidos de Deus”. Ninguém toca, ninguém critica, ninguém pode levantar alguma objeção contra os argumentos e ensinamentos que os mesmos colocam, pois estará correndo o risco de ser amaldiçoado, perder a salvação e ir para o inferno.

Veja agora alguns argumentos (absurdos) utilizados pelos defensores desta prática para definir o “apostolado contemporâneo”:


O Dr. Peter Wagner define o dom de apóstolo da seguinte forma:

O dom de apóstolo é uma habilidade especial que Deus concede a certos membros do corpo de Cristo, para assumirem e exercerem liderança sobre um certo número de igrejas com uma autoridade extraordinária em assuntos espirituais que é espontaneamente reconhecida e apreciada por estas igrejas. A palavra chave nesta definição é AUTORIDADE, pois isto nos ajuda a evitar um erro muito comum que as pessoas fazem ao confundirem o dom do apóstolo com o dom de missionário.


Outro argumento:

Igrejas orientadas por visões e valores. Lideres apostólicos vivem no futuro. Líderes tradicionais sonham com o passado, vivem no presente e tem medo do futuro, lideres apostólicos apreciam o passado, vivem no presente e sonham com o futuro.


O elemento mais radical da reforma apostólica:

A quantidade de autoridade espiritual delegada pelo Espírito Santo para indivíduos.

As palavras mais importantes desta declaração são autoridade e indivíduos. Autoridade deriva diretamente de confiança, a autoridade esta investida em indivíduos em contraste a sessões, diretoria, presbitério, comitês, e outros grupos similares formados para tomarem decisões na igreja.

Bill Hamon escreve: A raiz principal do significado de apóstolo é ser enviado como um representante de outro, com o poder e a autoridade do representado, advinda daquele que o enviou, são como embaixadores que representam um pais.

Apóstolos possuem uma autoridade delegada para representar o reino de Deus de forma governamental e não de forma religiosa, com autoridade hierárquica concedida por homens, mas uma autoridade espiritual concedida por Deus.

Variedade de línguas foi restaurado com o derramamento do Espírito Santo em Azuza Street em Los Angeles, California (1906-1909), socorros e governos se seguiram com o estabelecimento e estruturação de denominações pentecostais como exemplo as Assembléias de Deus e a Igreja do Evangelho Quadrangular, que se espalharam por todos os continentes. Em 1940 e 1950 a restauração de curas e milagres, com o surgimento de vários evangelistas de cura em tendas. Em 1970 a restauração dos doutores ou mestres, e o surgimento do mover intercessório. Em 1980 o mover profético foi restaurado na igreja, e finalmente nos anos 90 se inicia a restauração do dom apostólico

Uma vez que os apóstolos recebam o reconhecimento devido, a igreja se moverá em novos níveis, David Cannistraci diz: Como que o inimigo tem pavor do apóstolo, como que ele teme a completa restauração dos ministérios na igreja. A unção da igreja apostólica do novo testamento restaurada em nossos dias significará um tremendo impacto no reino das trevas. Apóstolos abrem portas espirituais para o evangelho. II Cor. Ora, quando cheguei a Troas para pregar o evangelho de Cristo, e brindo-se-me uma porta no Senhor.

Apóstolos possuem uma extraordinária autoridade espiritual, e ao contrário de homens que se auto-nomeiam apóstolos, a iniciativa de todo o processo se inicia com Deus, da mesma forma que isto acontece com qualquer outro dom espiritual.

Genuínos apóstolos são reconhecidos por seus liderados como servos, e quando isto acontece, a autoridade é liberada porque os seus seguidores crêem que qualquer decisão do apóstolo será sempre para beneficio deles. - Apóstolos são como pais.

Os que se relacionam com o apóstolo, o tem como um pai, e pais espirituais fornecem proteção, exemplo, correção, delegação de autoridade.

Isto é tão importante que irá fazer os filhos crescerem em fé, onde muitos serão liberados para exercerem seus próprios ministérios.

Apóstolos maduros são como pais, os pais estão sempre preocupados com o bem estar de seus filhos, e estão sempre mais preocupados com o sucesso dos filhos do que deles mesmos, verdadeiros apóstolos estarão sempre interessados em gerar filhos e filhas para o ministério.

“Verdadeiros apóstolos são exemplos de piedade e santidade”

Fonte dos “textos apostólicos contemporâneos":
http://www.atosdois.com.br/print2.php?codigo=2634


Após ler estes argumentos, podemos ver que a restauração apostólica se resume exatamente em pregar uma teologia distorcida onde o enfoque principal é o "domínio" desses apóstolos e profetas modernos perante a igreja, uma “autoridade espiritual de governo”, logo, superior aos demais crentes membros do Corpo de Cristo. Tal autoridade espiritual os colocam como “supercrentes”, providos de uma “unção especial” perante os demais membros do corpo de Cristo, algo que não existe base bíblica neo-testamentária. Para maiores esclarecimentos sobre autoridade eclesiástica, clique aqui.

Eles criam um "mecanismo de auto-defesa" para os que se opõem aos ensinamentos distorcidos, além de colocar a categoria deles em um nível de "não toqueis nos ungidos de Deus", colocam que a oposição à restauração apostólica são influências do diabo.

Para justificar esta “restauração” dos ministérios de Apóstolos e Profetas, os defensores desta prática utilizam de algumas passagens Bíblicas para defender tal afirmação. Porém, após uma análise exegética honesta e profunda, podemos ver o equívoco que ocorre em tais interpretações.

Nossa intenção nesta série de postagens é exatamente analisar tais passagens e verificar se a interpretação dos defensores do apostolado moderno está de acordo ou não com a nossa única regra de fé e prática que é a Bíblia.

Segue abaixo a primeira das passagens a serem analisadas, com as interpretações dos defensores do Apostolado contemporâneo e logo em seguida as devidas análises exegéticas e refutações:

1ª Análise: Efésios 4:11 Os ministérios “apóstolos e profetas” citados nesta passagem estão sendo “resgatados nos dias de hoje”?

Os defensores do apostolado moderno interpretam esta passagem fora do seu contexto para justificar suas idéias de restauração apostólica. Eles dizem que, os ministérios de apóstolo e profeta, citados nesta passagem foram “perdidos” durante a existência da Igreja, porém que Deus está restaurando nestes últimos dias o ministério de “apóstolos e profetas”, concedendo para algumas pessoas na Igreja como Apóstolo(a) ou profeta.

Porém, este tipo de afirmação é uma tremenda distorção do que realmente a passagem nos diz em relação a estes dois ministérios. Antes de qualquer explicação teológica, segue uma explicação bastante coerente e esclarecedora do Pastor Ron Crisp:

Temos na teologia algo que é chamado de uma “dedução verdadeira e necessária”. Isso significa que, por causa do ensinamento que é evidente na Escritura, pode ser deduzido que certas coisas são verdadeiras. Por exemplo, a Bíblia ensina claramente que Deus criou o universo. Conseqüentemente, podemos fazer a dedução verdadeira e necessária de que o Diabo não o criou. Isso é óbvio.

Quero então fazer uma dedução verdadeira e necessária. Farei uma questão: "O Cânone da Escritura é fechado?". O Cânone, a palavra Cânone, significa a prova, o modelo, aquilo que realmente acreditamos que seja a Palavra de Deus. Acredito que esses sessenta e seis livros são a Bíblia, a Palavra de Deus. Acredito que cada livro, cada palavra, é inspirada pelo Espírito Santo. Mas, assim fazem os Católicos, e assim fazem os Pentecostais. A questão é: "Isso é o Cânone completo da Escritura?". Bem, deixem-me passar a vocês dois pensamentos que lhes mostrarão o que quero ensinar.

Primeiramente, deixem-me fazer uma questão; na verdade, farei duas perguntas. Primeira questão: Que promessa Jesus Cristo fez aos apóstolos? Prometeu conduzi-los para toda a verdade? Prometeu trazer todas as coisas para sua recordação? Foi-nos dito que a fé foi uma vez e para sempre entregue aos santos? Essas coisas são assim? É isso que Ele prometeu aos apóstolos, conduzi-los para toda a verdade? A fé foi efetivamente entregue aos santos? SIM!!!

Então, isso nos conduz à segunda questão: Os apóstolos estão mortos? Se Jesus prometeu conduzir os apóstolos para toda a verdade, se Ele prometeu trazer-lhes à recordação todas as coisas, se Ele prometeu que a fé seria entregue de uma vez para sempre aos santos, e todos os apóstolos estão mortos, então Ele já deve ter feito isso. Já nos conduziu a toda a verdade!!!

Conseqüentemente, hoje não existe profecia (revelação nova)... Mas há a iluminação do Espírito Santo para abrir nossas mentes para entendermos a Palavra de Deus. Há a liderança da Palavra de Deus.

Para compreender melhor, clique no link abaixo para ler o artigo na íntegra:
http://www.palavraprudente.com.br/estudos/ron_c/micelanea/cap01.html


Acompanhe as próximas análises de textos em breve nas postagens futuras.

Ruy Marinho
Fonte: [ Bereianos ]

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