Alerta Geral !!!


PREPAREM-SE PARA A GUERRA!

Por:
Pr. João A. de Souza Filho

Enquanto escrevo este artigo, recebo pelo computador apelos de todo o Brasil por uma mobilização nacional dos crentes contra a lei que pretende ampliar o direito dos gays, lésbicas e simpatizantes que, certamente será aprovada pelo Senado Federal. Os homossexuais estão buscando ampliar o direito à liberdade e a lei que será aprovada pune severamente toda e qualquer pessoa que repreender ou discriminar as manifestações públicas deles.

Além dos direitos previstos na Constituição para todas as pessoas, o homossexual ganhará privilégios. Pois quem ousar criticar tal conduta será tratado como criminoso. Os primeiros a sofrerem perseguição serão os cristãos e os pregadores. A proposta pretende punir com 2 a 5 anos de reclusão aquele que ousar proibir ou impedir a prática pública de um ato obsceno ("manifestação de afetividade") por homossexuais (art. 7°). Isso quer dizer que, enquanto você leva seus filhos para brincar na praça, dois homossexuais poderão se beijar livremente na frente de seus filhos e não poderão ser interpelados! Na mesma pena incorrerá a dona-de-casa que dispensar a babá que cuida de suas crianças após descobrir que ela é lésbica (art. 4°).

Se alguns de nós ousar pregar sobre Romanos capítulo 1 ou sobre as obras da carne listadas pelo apóstolo Paulo, a menção da palavra "homossexual" poderá colocar o pastor atrás das grades. Condenar o homossexualismo levará a pessoa a ser enquadrada no artigo 8°, ("ação [...] constrangedora [...] de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica"). A punição para o reitor de um seminário que não admitir o ingresso de um aluno homossexual está prevista para 3 a 5 anos de reclusão (art. 5°).

O projeto, aprovado na Câmara em 23/11/2006, agora está em tramitação no Senado Federal. Mais especificamente, o projeto está para ser votado pela

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A relatora, Senadora Fátima Cleide (PT/RO), deu parecer FAVORÁVEL à proposta em 7/3/2007.

O projeto está pronto para ser votado (e aprovado) a qualquer momento. Se convertido em lei (como tanto deseja o presidente da República), estará instaurada no Brasil uma perseguição religiosa sem precedentes causada pela tirania do homossexualismo. Lamentavelmente, os brasileiros, incluindo as autoridades, não se despertaram para a gravidade da situação.

Bem. Eu fiz minha parte. Escrevi aos senadores gaúchos e aos senadores que se dizem cristãos, como Magno Malta e Crivella.

Faz tempo que se ouvem comentários de que a imprensa mundial está controlada pelo pessoal do terceiro sexo - o que se pode perceber em filmes, novelas e defesa dos gays em todo mundo. Nossos juristas estão dando plenos direitos para que casais de homossexuais adotem crianças e as criem como filhos. Agora, invertem-se os papéis: os pais são dois homens ou duas mulheres!

Sinal dos tempos? Sempre imagináramos - nós os pregadores que estamos no ministério há mais de quatro décadas - de que a perseguição à igreja se daria por regimes totalitários de esquerda ou de direita, como aconteceu ao longo da história e como ainda acontece em países totalitários como Cuba, China e Coréia do Norte. Estávamos enganados. A perseguição virá através de leis democráticas em regimes democráticos em que exerce mais influência quem mais se mobiliza. Como os crentes são divididos entre si, e os pastores cada um apenas cuida de seu feudo ou reino espiritual, o diabo se mobiliza para perseguir a igreja utilizando os meios legais, como a democracia.

Depois, não adianta chorar sobre o leite derramado. A lei deverá ser cumprida. E seremos obrigados a deixar os parques e praças, a televisão e os jornais para que eles, os homossexuais, usando dos direitos que têm, façam o que bem quiserem!

Mas, acaso não fomos nós, os milhões de crentes deste país que colocamos no Congresso os deputados e senadores que nos representam? E como nos representam bem! Amanhã, eles retornarão aos púlpitos acenando com benesses para serem reeleitos.

João Batista, o precursor de Cristo proclamaria "Raça de víboras", e seria decapitado novamente!

Se você é cristão ou pregador do Evangelho, evite ler em público os textos de Romanos 1.18 a 27 e outros mencionados por Paulo: "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas... (1 Coríntios 6.9). "impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina... (1 Timóteo 1.10).

Escrevi aos senadores que mandem aumentar o número de cadeias, porque seremos milhões de brasileiros dispostos a morrer para que a verdade continue sendo proclamada!

Sobre o autor do texto:
João A. de Souza Filho é pastor desde 1964 e reside em Porto Alegre com sua esposa. Tem dois filhos e três netos. Viaja por todo o país em conferências em todas as denominações. Sua igreja local é a Assembléia de Deus da cidade de Cachoeirinha na grande Porto Alegre.

Sola Scriptura x Tradição oral ICAR



Defesa Bíblica

Sola Fide, Sola Scriptura, Sola Gratia e Solo Cristo. Este foi o grande slogan da reforma protestante levado a cabo pelo ex-monge agostiniano Martinho Lutero no século XVI. 
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Cada um destes princípios serviram como um cânon pelos quais os reformadores submeteram e avaliaram as doutrinas da Igreja Católica Romana. Roma sempre havia ensinado que a salvação vinha pela graça e fé em Cristo e que a Bíblia era a palavra de Deus, mas nunca os havia antecedido pelo termo “somente”. Junto com a graça a contra-reforma católica adicionou os sacramentos, fé mais obras, Bíblia mais tradição, Cristo mais Maria. De modo que ao estourar o conflito teológico com as exposições dos reformadores de que a doutrina da igreja deveria se basear somente na Bíblia, pareceu então uma ameaça à teologia papal.

Martinho Lutero, especializando-se nas epístolas aos Romanos, Gálatas e Hebreus, foi capaz de perceber claramente os erros da Igreja Católica Romana. Ao ver que os papas e os concílios podiam errar, passou a reconhecer a supremacia das Escrituras. Dizia Lutero: “Não me retrato de coisa alguma a não ser que me convençam pelas Escrituras ou por meio de argumentos irrefutáveis”.

Contudo, Lutero e os Reformadores não queriam dizer com Sola Scriptura que a Bíblia é a única autoridade para a igreja. Pelo contrário, queriam dizer que a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da igreja. Para Calvino os escritos dos apóstolos eram pro dei oraculis habenda sunt (foram oráculos que foram recebidos de Deus), logo devemos aceitar quid quid in sacris scripturis traditum est sine exceptione (tudo quanto foi entregue nas escrituras, sem exceção).

Entrementes, a posição oficial do catolicismo em relação à Bíblia é que a Bíblia não pode falar por si mesma a não ser que seja interpretada pela igreja católica, levando em conta a tradição viva da Igreja. Em outras palavras, a Bíblia não possui nenhuma autoridade inerente, mas como toda verdade espiritual, deriva sua autoridade da Igreja; o que a igreja diz é julgado como a verdadeira Palavra de Deus.

Quando um fiel se defronta com um conflito entre a Bíblia e a autoridade da Igreja em algum ponto doutrinário, como por exemplo: purgatório, imagens, santos ou indulgências ele imediatamente abandona a voz da palavra de Deus e apega-se a voz da sua igreja, pois, como ele sempre foi ensinado, esta é a única interprete infalível da Bíblia, tendo a tradição como ferramenta exegética. Como costumam dizer: “A igreja deu origem a Bíblia e dela deriva sua autoridade” por isso a Bíblia está aberta a tradição, no entanto, aquela nunca deve julgar esta. Então se se aceita a voz da Igreja como infalível em matéria de fé e doutrina, o que Bíblia vem a dizer sobre estas coisas é no final das contas irrelevante!

Assim, não é difícil entender por que recentemente os apologistas católicos vêem atacando a doutrina da “Sola Scriptura” com tanta ênfase. A razão é obvia, se eles puderem derrubar por terra esta doutrina, os outros pontos da reforma caem juntamente. Eles então montaram um ataque focalizado cuidadosamente contra Sola Scriptura esperando assim, contrariar a força maior da Reforma. Começaram a afirmar que é possível desacreditar esta doutrina usando a própria Bíblia. Esta linha de argumento está sendo empregada agora por vários católicos em praticamente quase todo fórum de debate. Eis alguns argumentos usados por apologistas católicos enviados aos evangélicos:

O ensino protestante de que a Bíblia é a autoridade espiritual exclusiva “Sola Scriptura”, em nenhuma parte é encontrado na Bíblia. Paulo escreveu a Timóteo que Bíblia é “útil”, mas nem ele ou qualquer um na igreja primitiva ensinou isto. Na realidade, ninguém acreditou nisto até a Reforma.”
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“A Bíblia não ensina em nenhuma parte que é a autoridade exclusiva em assuntos de convicção. Na realidade, a Bíblia ensina que a Tradição - os ensinos orais dados por Jesus aos apóstolos e os sucessores deles, os bispos- é uma fonte paralela de convicção autêntica 2 Tessalonicenses 2:15 e 1 coríntios 11:2”

Como o leitor pode perceber, o problema central não está em o católico negar ou não a autoridade da palavra de Deus, mas em acrescentar-lhe algo a mais, que neste caso é a chamada tradição oral da Igreja. Certamente a advertência seguinte contra este tipo de raciocínio não se limita apenas ao livro do Apocalipse mas se estende à toda a escritura, “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro” (Apocalipse 22:18,19).

A IMPORTÂNCIA DA TRADIÇÃO NO CATOLICISMO

No conceito católico, “Tradição” é um termo empregado para designar supostos ensinamentos que Cristo e os apóstolos transmitiram de viva voz de geração à geração à igreja. Ela é formada pelos escritos dos “santos padres” e as declarações oficiais dos Concílios através dos tempos. O concilio da contra-reforma (Concilio de Trento) dizia: “A revelação sobrenatural está nos livros escritos e nas tradições não escritas...”

“A Sagrada Tradição”, afirma o Concílio Ecumênico Vaticano II através de sua Constituição Dogmática Dei Verbum “a Sagrada Tradição...transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos...”

A tradição é a fonte primordial de todas as doutrinas extrabíblica encontrada no bojo dogmático do catolicismo. Por isso que somente após o concílio tridentino, foi que apareceram as primeiras coleções de obras patrísticas - o primeiro órgão da Tradição - fazendo frente à reforma protestante levada a cabo por Martinho Lutero. Era necessário dar um status de autoridade à tradição a fim de dar suporte às heresias romanistas. O teólogo católico Van Iersel, em seu artigo: “O uso da Bíblia na Igreja Católica”, inserido no vol. V, de Temas Conciliares na página 17, confessa: “...em oposição à reforma deu-se um lugar à Tradição ao lado da Escritura, o que tornava muito relativo o valor da Bíblia”.(ênfase acrescentada)

Foi assim que a tradição ganhou força junto às Escrituras, sendo até mesmo superior a esta pois, “Pela mesma Tradição...as próprias escrituras são nela cada vez melhor compreendidas...” sublinha o Concílio Vaticano II.

Enquanto a tradição sempre é empregada para determinar o que diz a Bíblia, em contrapartida nunca é permitido à Bíblia julgar a tradição.

A FRAGILIDADE DAS TRADIÇÕES

A grande maioria das religiões pagãs como o hinduismo, religiões tribais indígenas e orientais têm nas suas tradições religiosas, transmitidas de boca a boca, uma fonte de autoridade igual a dos livros sagrados de outras religiões.

Entretanto, esta tendência em ver a tradição como autoridade suprema não é exclusividade das religiões pagãs politeístas. Por exemplo, a lei Islâmica (Sharia) é baseada principalmente em duas fontes: O Alcorão e o Hadith, que são os volumes que contem a “Tradição Viva” ou Sunnah. Ela compreendia tudo que Maomé fez e disse à parte do Alcorão. Outrossim, o Judaísmo tradicional segue o mesmo padrão, Bíblia-tradição. Os livros do Antigo Testamento são visto como a Bíblia dos judeus , mas a ortodoxia judaica está realmente definida por uma coleção de tradições rabínicas antigas, conhecida como o Talmude. Em efeito, as tradições do Talmude levam uma autoridade igual ou maior que a da Bíblia. O Talmude, segundo a terminologia adotada na edição de Basiléia (1578-1581), compreende a Mischná (conjunto de toda a lei oral admitida) e o Guemará (“aprendizado” ou “ensino” em aramaico, conjunto de comentários feitos por doutores da lei sobre a Mischná e outras coletâneas de leis orais).

Os judeus da época de Jesus também colocaram a tradição em pé de igualdade com a Bíblia. Na verdade eles fizeram as suas tradições superiores à própria Bíblia, porque esta, fora interpretada através das tradições. Sempre que a tradição é elevada a um nível tão alto de autoridade, fica inevitavelmente prejudicada a autoridade da Bíblia. Jesus fez esta mesma observação quando ele confrontou os líderes judeus. Ele mostrou de fato com isso que em muitos casos as tradições dos judeus haviam anulado a palavra de Deus – a Bíblia. Ele os reprovou então da maneira mais severa possível:

“Ele, porém, respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?” Mt. 15:3

“Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens.” Mc. 7:8

“Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição.” Mc 7:9

“invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis.” Mc. 7:13

A Igreja católica tem seu próprio corpo de tradição que funciona em particular precisamente como o Talmude judeu: é o padrão pelo qual a Bíblia é interpretada. Com efeito, a tradição acaba por suplantar a voz da Bíblia. Ora, onde o ensino sobre a intercessão dos santos e anjos, a doutrina de Maria como a Conceição Imaculada, a suposição de que Maria é co-redentora com Cristo ? Nenhuma dessas doutrinas pode ser substanciada através da Bíblia. Elas são o produto da tradição católica romana.

O QUE É SOLA SCRIPTURA ?

O princípio da Reforma de sola Scriptura é pouco ou mal compreendido pelos católicos. Ela tem a ver com a suficiência da Bíblia como nossa autoridade suprema em todos os assuntos espirituais. Sola Scriptura demonstra simplesmente que toda a verdade que é necessária para nossa salvação e vida espiritual é ensinada explicitamente ou implicitamente na Bíblia.

Não é uma reivindicação de que todo tipo de verdade tem de ser forçosamente encontrada na Bíblia. Os apologistas católicos reivindicam a necessidade da tradição, alegando que a Bíblia não registra tudo em matéria de fé. Isto simplesmente não é verdade. Mas por outro lado, a sugestão da tradição como forma de solucionar esta lacuna não resolve o problema, pois semelhantemente ela não é exaustiva. Por exemplo, a Bíblia não dá detalhes exaustivos sobre a história da redenção, ou sobre certas verdades científicas, dinossauros etc. Em João 21:25 diz que nem tudo aquilo que Jesus fez estão registrados no livro, e realmente todos os livros do mundo não seriam suficientes o bastante para aquele propósito. Mas a Bíblia não tem de ser exaustiva para funcionar como a regra exclusiva de fé do cristão. Nós precisamos de conhecimento necessário e não de conhecimento exaustivo. Tudo aquilo que Deus requer de nós é dado na Bíblia e Ele nos proíbe exceder aquilo que está escrito (Dt. 4:2 ; 12:32 - 1 coríntios 4:6).

Outrossim, Sola Scriptura não é uma negação da autoridade da igreja para ensinar a revelação de Deus. A Igreja é “o pilar e fundação da verdade” (Timóteo 3:15) porque apóia e ensina a Palavra de Deus que é a verdade João 17:17. Porém, a igreja não pode ensinar doutrinas de origem humana ou pode contradizer o que a Bíblia diz. A autoridade da igreja é subordinada à autoridade da Bíblia. E por último, sola Scriptura não é uma negação que historicamente a Palavra de Deus veio em forma oral. Antes de escrever a sua mensagem, Deus falou pelos apóstolos e profetas, e pessoalmente a Jesus Cristo (Hebreus 1:1). Durante o mesmo tempo o Espírito Santo moveu os homens santos para escrever a palavra Dele para ser o registro inspirado permanente de sua mensagem na era pós-apostólica. Os apóstolos e profetas são a fundação da igreja (Efésios 2:20) mas eles estão ausentes, nós ainda podemos construir nossa vida baseada no ensino deles que é registrado na infalível palavra de Deus.

A SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS

O senhor nunca quis se fiar na tradição oral, tanto é que mandou seus servos escrever a sua santa palavra.

1. Ele mesmo deu exemplo escrevendo as tábuas da lei Êxodo 24:12.
2. A Moisés ordenou que escrevesse suas leis Êxodo 31:24-26 ; 34:27.
3. Josué também escreveu, Josué 24:26.
4. Os profetas como Isaias 8:1 30:8, Jeremias 30:2 ; 36:1-4, Daniel 7:1, Habacuque 2:2 e outros também registraram em forma escrita as palavras de Deus logo que as receberam!

Não encontramos no Antigo Testamento qualquer base remota que endosse a possibilidade de uma fonte doutrinária chamada “Tradição Oral”!

Jesus e os apóstolos sempre se valeram da palavra escrita de Deus, ela sempre foi o veículo transmissor da revelação Divina! O texto de 2 Timóteo 3:15-17 é enfático em demonstrar que a Bíblia e ela somente é suficiente para nos guiar, vejamos:

“e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.” Sendo assim, Lucas poderia de fato elogiar os crentes de Beréia como sendo “mais nobres” que os outros pois não confiaram na transmissão oral do evangelho dada por Paulo, mas submeteram-na ao crivo das escrituras (Atos 17:11). A palavra escrita segundo Paulo é segurança, “Não me é penoso a mim escrever-vos as mesmas coisas, e a vós vos dá segurança.” (Filipenses 3:1)

A TRADIÇÃO ORAL TEM SUPORTE BÍBLICO ?

Os apologistas católicos argumentam que existem certos trechos na Bíblia que dão suporte à tradição. Até mesmo nas versões das Bíblias protestantes fala de uma certa “tradição” que seria recebida e obedecida com reverência inquestionável. O que dizer destes versos?. Vamos examinar agora alguns destes versículos que são citados com o fito de embasar seus ensinos extrabíblico de, “verbum de sola Dei”, somente a palavra de Deus, que no entendimento católico é Bíblia + tradição. Colocamo-nos ao lado do apóstolo Pedro em reconhecer que nos ensinos de Paulo há certos “...pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.” (II Pedro 3:16) Alguns evangélicos se mostram tímidos em responder o que o apostolo Paulo queria dizer com a palavra “tradição”. Entretanto, um exame minucioso do versículo pode dissipar quaisquer dúvidas a este respeito. Existem vários outros pontos que são invocados pelos católicos para fundamentar sua doutrina, mas o espaço não nos permite ser prolixos, iremos aqui analisar apenas os principais.

“e o que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” II Timóteo 2:2

Os católicos teimam em dizer que este versículo é uma prova da transmissão das tradições através duma suposta sucessão apostólica. Será?

Aqui o apóstolo Paulo instrui Timóteo a treinar outros homens fiéis para a tarefa de liderança na igreja. Nem de longe há alguma sugestão de sucessão apostólica neste verso, nem dá margem para afirmar que ele estaria passando uma suposta tradição infalível com autoridade igual à palavra de Deus. Pelo contrário, o que este verso descreve simplesmente é o processo de discipulado. Longe de dar a estes homens um pouco de autoridade apostólica que garantiria a infalibilidade deles, Timóteo deveria escolher homens que tivessem provado terem sido fieis, para lhes ensinar o evangelho, e os equipar nos princípios de liderança da igreja. que ele tinha aprendido de Paulo. Timóteo deveria confiar a eles a verdade essencial que o próprio Paulo tinha pregado “na presença de muitas testemunhas”.

O que era esta verdade? Seria ela alguma misteriosa tradição sobre Maria que permaneceu desconhecida há séculos até que certo papa “infalível” falando ex-catedra a impusesse como regra de fé ? Não. Essa verdade era simplesmente a mesma mensagem que aparece na Bíblia e que Paulo declarou que era suficiente para salvar II Timóteo 3:16 – 4:2. Nada há que indique o contrário!

“Assim, pois, irmãos, estai firmes e conservai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.” II Tessalonicenses 2:15
Este é talvez o versículo favorito dos católicos quando eles querem apoiar a doutrina da tradição, porque o verso delineia claramente entre a “palavra escrita” e as “tradições orais”. Concluem dizendo que uma boa parte de seu ensino foi oral, e que chegou até nós somente através da tradição.

A palavra grega traduzida aqui para “tradição” é paradosis. Há de observar que tradição neste texto não é sinônimo da “Tradição” no conceito católico! O apóstolo está falando de doutrina ou ensinamentos. E não há de se supor que esta doutrina não seja a verdade inspirada de Deus que ele expôs a todos os fiéis nas páginas do Novo Testamento. Novamente, o contexto é essencial para uma boa compreensão do que Paulo estava querendo dizer! Os Tessalonicenses tinham sido enganados evidentemente por uma carta forjada (supostamente escrita pelo apóstolo Paulo), falando que o dia do Senhor já tinha chegado (2 Tessalonicenses 2:2). A igreja inteira tinha ficado aparentemente perturbada com isto, e o apóstolo Paulo estava ansioso para os encorajar. Então ele passa a lhes contar como reconhecer uma epístola genuína sua, teria a marca de sua assinatura (3:17). Isto garantiria uma segurança contra as epístolas espúrias em nome dele. Mas até mesmo mais importante que isto , ele queria que eles se despertassem para os mesmos ensinamentos que eles já haviam recebido dele. Por exemplo, ele já tinha lhes falado que o dia do Senhor seria precedido pelo anticristo. Dizia ele: “Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco?” (2:5) Não havia nenhuma desculpa para eles, pois haviam sido instruídos sobre isto pela própria boca dele, ou seja, de forma oral ! Não devemos nos esquecer também que esta é a segunda epístola dele aos Tessalonicenses.

Assim, a mera referência a respeito de “tradições orais” recebidas diretamente do próprio Paulo é irrelevante como base para a posição católica, pois nada aqui sugere que a tradição que Paulo entregou aos Tessalonicenses (oralmente) é algo diverso do que esteja nas cartas neotestamentaria dele.

Paulo não está encorajando os Tessalonicenses a receber alguma tradição que tinha sido entregada a ele por terceiros, mas eram as mesmas doutrinas que havia recebido por inspiração do próprio Deus (Gálatas 1:11,12). Invocamos aqui um episódio análogo em que Ireneu, um dos pais da igreja ( 202 AD), em sua obra “Contra as Heresias – Lv. III”, numa refutação aos gnósticos de então, usa as escrituras para combate-los, entretanto, estes como meio de escape repelem as escrituras como espúria: “Quando estes são argüidos a partir das Escrituras, põem-se a acusar as próprias escrituras...”. Todavia, quando eram refutados pelos apologistas através das próprias escrituras, apelavam para a chamada “tradição Oral”. Prosseguindo, Ireneu reproduz em poucas palavras o álibi apresentado por eles como escape: “...é impossível achar neles (nos textos bíblicos) a verdade se se ignora a tradição. Porque – (prosseguem dizendo) – essa verdade não foi transmitida por escrito e sim de viva voz...”, “Quando”, afirma Ireneu, “...então passamos a apelar para a tradição que vem dos apóstolos e se conserva nas igrejas pelas sucessões dos presbíteros, opõem-se à tradição.” A princípio parece que Irineu ensinava a tal chamada “Tradição Oral” nos moldes católico romano. Mas observando o texto com mais perspicácia, concluimos que o conteúdo de tal “tradição” nada mais era do que as próprias escrituras. Ele joga mais luz na questão quando apela para a carta de Clemente aos Coríntios dizendo que Clemente tinha anunciado aos Coríntios “...a tradição que tinha recebido recentemente dos apóstolos...”. Vamos ler agora o que seria tal tradição: ele elucida que os bispos ensinavam como tradição que há “um só Deus Onipotente, Criador do céu e da terra, que modelou o homem, produziu o dilúvio, chamou a Abraão, fez sair seu povo do Egito, falou a Moisés, estabeleceu o regime da lei, enviou os profetas, preparou o fogo para o diabo e seus anjos...todos os que quiserem podem verificar segundo o mesmo documento” e “Podem assim conhecer a tradição apostólica da Igreja...” Veja que nada que é citado como tradição, não difere substancialmente em nada do que está nas escrituras, vejamos: “Com efeito, não tivemos conhecimento da economia de nossa salvação por outros que não os pregadores do Evangelho. Este Evangelho, que eles primeiramente pregaram depois, pela vontade de Deus, eles nos transmitiram em Escrituras a fim de se tornar o fundamento e a coluna de nossa fé” e mais “E se os apóstolos não tivessem deixado quaisquer Escrituras, não se haveria de seguir a ordem da tradição que eles legaram aos mesmos aos quais confiaram as igrejas ?” O que Ireneu queria dizer aqui é o que J. Harold Greenlee citado por Mcdowell com muita propriedade afirma: “são em número tão grande (as citações das escrituras pelos pais primitivos) que é virtualmente possível reconstituir o Novo Testamento a partir dessas citações, sem fazer uso dos manuscritos do Novo Testamento” 

Isto posto, afirmamos que a “tradição” que os primeiros apologistas patristicos ensinavam, podiam com segurança ser encontradas nas escrituras. Ambas não entravam em conflito! O mesmo já não podemos dizer da Tradição católica romana, que por vezes promulga ensinamentos extrabíblicos em nome dessa tal “Tradição Oral”!

“E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.” João 21:25

Dizem os católicos que muitas doutrinas foram transmitidas oralmente à igreja e não foram registradas nas escrituras. No entanto se olharmos com mais cuidado este verso veremos que ele não fala de ensinamentos ou doutrinas, mas de coisas (milagres) que Ele fez pois “Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (20:30,31) Este verso não é alicerce para a doutrina espúria da chamada “Tradição Oral” e sim uma demonstração de que aquilo que foi escrito é mais do que necessário e suficiente para nossa salvação!

DERRUBANDO SOFISMAS

Os católicos ávidos por acharem vestígios de certas “tradições orais” nos escritos neotestamentario acabam por deixar seus pressupostos serem os árbitros na exegese do texto bíblico. O que segue abaixo são algumas das objeções levantadas por apologistas católicos enviadas a nós;

“Em 1Cor 10,4, São Paulo nos conta uma interessante história que mostra como a Tradição Oral e a Escrita estavam situadas no mesmo nível: escrevendo sobre os sentidos figurados do Antigo Testamento, tomou um exemplo que não está escrito nele: a rocha da qual manava água (Ex 17,1-7; Num 20,2-13) e que acompanhava os Judeus no deserto. Não há nada nas Escrituras sobre uma pedra andando junto com os judeus!”

Refutação: Paulo estava familiarizado com trabalhos da literatura judaica, inclusive trabalhos do período interbíblico que tornaram-se parte da literatura apócrifa. Esta passagem pode ser encontrada em Philo. Ele estava igualmente familiarizado com a filosofia e mitologia grega, e certamente utilizou destas fontes. Quanto a isto não temos dúvidas. O caso é, a familiaridade de Paulo com tais fontes significa que elas são divinamente inspiradas, autorizadas, e infalíveis ? Claro que não! Será que está passagem é alguma interpretação oral da Bíblia desde Philo até Moisés aplicando-se aos cristãos hoje? Novamente não. A Bíblia usa às vezes fontes não inspiradas (cf. Nm. 21:14 Js. 10:13 I Rs 15:31) Por três vezes Paulo cita pensadores não cristãos como Arato, Menânder e Epimênides (At. 17:28 I Co. 15:33 Tt. 1:12). A Bíblia porém nunca faz tais citações como tendo autoridade da parte de Deus. As frases usuais de autenticação divina tais como “assim diz o Senhor” ou “está escrito” nunca são encontradas quando há citações destas obras pseudepigráficas.

Na interpretação alegórica de Philo sobre a lei, o maná e a bebida (ou fonte da bebida) é comparada a sabedoria de Deus. Paulo interpreta estas identificações em termos da sabedoria do Judaísmo helenístico aplicando-as a Cristo. Isto não significa que ele desejou dizer sobre Cristo tudo aquilo que o Judaísmo helenístico disse sobre a sabedoria.

Agora os católicos dizem que Paulo tirou isto da “Tradição Oral”. Sim, ele tirou de fontes extra-biblica, mas o que isto prova? Prova somente que ele tirou ilustrações e terminologias de todos os tipos de lugares. Da mesma maneira, como já dissemos, ninguém discutiria que ele fez uso de filósofos gregos, e nenhum cristão diria que tais fontes são infalíveis, inspiradas, ou em qualquer aspecto espiritualmente autorizada para nós.

“Também quando São Judas nos diz que São Miguel não quis julgar a blasfêmia de Satanás, quando estavam lutando pelo corpo de Moisés, mas deixou-o ao Julgamento de Deus, não ousou julgar a blasfêmia, mas disse: "Cabe a Ti, Senhor". Ele estava também citando a Tradição Oral. Ou alguém consegue encontrar esta passagem na Bíblia? Estes elementos usados pelos apóstolos que não se encontram no Antigo Testamento vêm da Tradição Divina que era mantinha o mesmo pé de igualdade com as Escrituras (Torah, Profetas, Livros de Sabedoria e os Salmos)”.

Refutação: Devemos esclarecer algumas coisas de antemão. Semelhantemente a Paulo, Judas usa fontes extra-bíblicas, como no verso 9, um trecho tirado do livro “A ascensão de Moisés” e no verso 14 do livro de “Enoque”, ambas literaturas apócrifas. Porém, é bom lembrar que nem a Igreja Católica aceita estes livros como inspirados. Se os católicos advogam esta passagem para fundamentar sua tese da “Tradição Oral” então, para serem coerentes, terão de aceitar todo o resto do livro. Mas é claro que eles não farão isso!

Sola Fide, Sola Scriptura, Sola Gratia, Solo Cristo e Soli Deo Gloria

Fonte:[ CACP ]
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Sola Scriptura - Defesa



Por que a base de minha fé está nas Escrituras?

"Uma Defesa Bíblica do Sola Scriptura" - equipeemespirito@bol.com.br


1- Porque
Deus repetidamente nos advertiu a não acrescentar, nem diminuir e seguir fielmente sua Palavra (Dt 4.2; Js 1.7-8; Ap 22.18-19; 2 Ts 3.14). Qualquer que contrarie esta solene orientação divina peca contra o Senhor Nosso Deus e denigre a Autoridade das Escrituras.

2- Porque Toda palavra de Deus é pura e não está aberta a acréscimos (Sl 12.6; 119.140; Pv 30.5-6) . Quem rejeita este princípio denigre a Suficiência da Palavra de Deus Escrita, fazendo de Deus mentiroso e maculando a revelação divina. Na medida em que o homem imperfeito acrescenta seus entendimentos não-inspirados naquilo que Deus perfeitamente inspirou, toda a pureza do ensino bíblico é corrompida.

3- Porque a Escritura, como única regra infalível de fé, é o padrão concedido por Deus à Sua igreja, tanto para que pudéssemos julgar os falsos mestres (1 Pd 3.1ss; Mt 7.15; At 20.29-30; Rm 16.17; 1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1; Ap 2.2), como também, para que pudéssemos reconhecer a autoridade legítima conferida aos pastores do rebanho do Senhor na Terra (Ef 4.11; 1 Pd 5.1ss; Hb 13.17). De modo que, caso a revelação da Palavra de Deus nos dias atuais ultrapassasse o ensino bíblico, estaria aberto um fortíssimo precedente para que os apóstatas dos tempos pós-apostólicos impusessem dogmas anti-bíblicos como se fossem verdadeiros ou, até mesmo, formulassem para si novas revelações extra-bíblicas, como se fossem divinas, sem que pudessem sequer ser questionados.

Este é um exemplo da importância da Escritura na Igreja, no que tange ao exercício do seu governo. É uma prova de que a Igreja necessita de uma regra infalível como padrão da verdade, e que esta regra não pode ser ela própria. Este é o papel normativo que a Escritura exerce, como forma autoritativa e final da verdade divina aos homens (Êx 34.27; Dt 29.29; 2 Rs 22.10-13; Is 8.20; Ap 1.3). Os apóstolos e profetas lançaram o fundamento da Igreja Cristã (Ef 2.20), de modo que, embora ausentes, ainda podemos construir o nosso viver nos ensinos registrados infalivelmente nas Escrituras Sagradas. A Escritura é, portanto, o único padrão infalível para a verdade espiritual, revelando tudo o que devemos crer para nossa salvação, fé e vida cristã, anunciando tudo o que Deus requer de nós.

No entanto, é necessário esclarecermos que isto não é uma negação à autoridade da Igreja de Deus e está muito longe de ser. Antes, isto consiste [apenas] em um reconhecimento prático de que a autoridade da igreja só pode ser absoluta quando é pronunciada biblicamente (cf. Is 8.20), ou seja, apoiada na infalibilidade das Escrituras. É o reconhecimento verdadeiro de que o Juiz Supremo pelo qual todas as controvérsias religiosas (Mt 22.29,31) e pelo qual a Igreja deve se orientar (At 15.15), e todas as opiniões particulares (Sl 19.7-8; 119.105; 1 Co 4.6; 2 Ts 3.14), e em cuja sentença devemos nos firmar não pode ser outro senão o Espírito Santo falando na Escritura (At 28.25; cf. Hb 3.7ss; 10.15-16).

4- Porque nenhum dos doze apóstolos originais está vivo; mas a palavra de Deus escrita é viva e eficaz (Hb 4.12). Antes, quando ainda estavam vivos, os apóstolos foram guiados pelo Espírito Santo (Jo 14.26; 16.13) e escreveram tendo em vista a manutenção da doutrina (Fp 3.1; 2 Pd 1.15; 3.1-2).

Os inimigos do Sola Scriptura perdem muito tempo falando acerca da existência da tradição nos tempos apostólicos, algo que não negamos e jamais o fizemos (em relação à igreja iniciante, antes do fechamento do cânon), se esquecendo de falar daquilo que realmente precisam provar. Os inimigos da bíblia parecem não compreender que a questão não é se os ensinos orais deviam ser obedecidos pelos cristãos, mas é onde estes ensinos foram infalivelmente preservados para nós! Sendo assim, eles não precisam nos mostrar que a tradição oral apostólica existiu (porque isso nós já sabemos), mas precisam demonstrar que os apóstolos ensinaram que as suas instruções orais seriam necessárias para suplementar as Escrituras para a igreja no decurso das épocas, e que esta mensagem pregada oralmente é diferente daquela que está presente em todo o conjunto das Escrituras (por seus mais diversos autores e não só por um autor ou uma epístola), de modo que a bíblia não contenha sequer o suficiente para a fé e a prática cristã, ao contrário do ela mesma declara em 2 Tm 3.15-17- e que haja evidências bíblicas que estes ensinos pregados pelos inimigos do Sola Scriptura são os mesmos que apóstolos fizeram referência. Isto eles realmente não podem nos mostrar, porque, de fato, nenhum dos apóstolos ensinou isto, e nem a Bíblia como um todo nos ensina.

Quando converso com um dos inimigos do Sola Scriptura eu tenho o costume de pedí-los: "Já que você insiste nisto. Faça-me um favor: Chame aqui o Apóstolo Paulo para que ele nos tire esta dúvida". Digo isto porque, não havendo mais apóstolos em nossos dias, as Escrituras são a única fonte de fé segura e infalível para que possamos determinar o que é de fato apostólico e perseverar na doutrina dos apóstolos (At 2.42), tal como fazia a igreja primitiva. A lógica é: Se não ouvimos atualmente os Apóstolos pregando oralmente e temos seus escritos bíblicos, logo, temos contato com a doutrina dos apóstolos atualmente Só pela mensagem que a Bíblia nos transmite.

Por outro lado, é bom que se diga que, ainda que um anjo vindo do céu ou qualquer que reivindicasse ser apóstolo, se nos pregasse uma mensagem diferente ou que fosse além do que hoje podemos encontrar na Bíblia (e, com certeza, nenhum dos apóstolos o faria, porque há somente um Evangelho, que está contido inteiramente nas Escrituras, cf. 1 Co 15.3,4; 2 Tm 3.15), estaríamos autorizados a rejeitar tal ensino, por Gálatas 1.8.

5- Porque "tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito" (Rm 15.4). Sendo a Bíblia a única fonte perfeita, fiel, reta e pura (Sl 19.7-8), devemos aprender "a não ir além do que está escrito" (1 Co 4.6, um princípio muito semelhante a Dt 29.29).

O apóstolo Pedro, sabendo que sua morte se aproximara, conforme lhe fora revelado (2 Pd 1.14), fez questão de escrever aos cristãos (2 Pd 1.15; 3.1), buscando firmá-los na revelação que já havia sido dada (2 Pd 3.2), orientando-lhes a se apegarem à verdade das Escrituras (2 Pd 1.19-21) e se acautelarem com os falsos profetas que viriam (2 Pd 2.1). Porém, nada disso Pedro necessitaria fazer, se ele sequer imaginasse que haveria sucessores em sua missão apostólica, que gozariam de uma infalibilidade. Tudo isto seria uma perda de tempo, se Pedro houvesse ensinado àquelas comunidades cristãs a seguirem incondicionalmente um "sucessor" infalível ou uma hierarquia situada em determinada cidade (como Roma, Antioquia, Alexandria, Jerusalém, etc). Se Pedro escreveu o seu ensino para que as futuras gerações lembrassem (2 Pd 1.13-15; 3.1-2), como nós lembramos atualmente do que os apóstolos ensinaram? Será escutando a Roma? Será lendo o que dizem os denominados "pais da Igreja"? Será lendo bulas e decretos papais? Não! Lendo o Novo Testamento, escrito pelos próprios apóstolos!

Os opositores do Sola Scriptura caem em contradição quando citam a existência da tradição apostólica, nas igrejas dos tempos apostólicos - algo que jamais negamos-, usando alguns textos da Escritura, como 2 Ts 2.15. Eles argumentam que suas tradições não são tradições meramente humanas (como aquelas que o Senhor Jesus condenou em Mt 15.1-3,9 e em Mc 7.5-13), mas são aquelas tradições que o apóstolo faz menção positivamente. Porém, eles se equivocam porque falta-lhes um princípio básico: Como poderíamos determinar nos dias atuais se uma tradição é apostólica ou meramente humana? A resposta simples a esta questão é por demais óbvia: Só podemos determinar pelas Escrituras! Ou, em outras palavras: Sola Scriptura! Esta é uma lógica irrefutável da qual os inimigos da bíblia não podem fugir, sob pena de serem anatematizados por Paulo, mediante as palavras de Gálatas 1.8, por estarem pregando um outro evangelho. Aliás, a própria incapacidade de se estabelecer um elo histórico para estas tradições, traçada desde os apóstolos, prova a natureza espúria das reivindicações dos opositores do Sola Scriptura.

6- Porque a bíblia é a "palavra da verdade" (2 Tm 2.15) pela qual nós fomos gerados para que fôssemos como que primícias das criaturas de Deus (Tg 1.18). Pela pregação dela recebemos a fé (Rm 10.17), como o fim da fé é a salvação do crente (1 Pd 1.9; cf. Jo 20.31; Ef 2.8-9) e "as sagradas letras podem nos fazer sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (cf. 2 Tm 3.15), logo, ela é plenamente suficiente para nos transmitir a verdade salvadora (cf. Jo 20.31).

Alguns inimigos do Sola Scritptura gostam de dar tiro em espantalho quando citam passagens como João 21.25, que diz que nem tudo aquilo que Jesus fez está escrito na bíblia. Ora, quem disse que negamos isto? Dizer que algo é suficiente não significa dizer que algo contém todas coisas e sobre tudo, mas é dizer que de todas as coisas e sobre tudo temos tudo aquilo que nos é necessário. No caso em que se está tratado, aquilo que é suficiente para a fé e a prática cristã (2 Tm 3.15-17). João, ao dizer que nem tudo o que Jesus fez está na bíblia, de modo algum anula o Sola Scriptura. Do contrário os inimigos da bíblia e do Sola Scriptura seriam obrigados a nos trazer todos os sermões do Senhor Jesus e de Paulo pelas suas "tradições", sob pena de rejeitarmos as tais "tradições" por serem desgraçadamente "incompletas"!

Além do mais, temos boas razões para crermos na Suficiência da Bíblia. Afinal, se Deus preservou tudo aquilo que foi de Sua vontade e entendeu ser necessário para o nosso conhecimento acerca da revelação veterotestamentária (Rm 15.4; 1 Co 10.11), fazendo chegar os ensinos orais à forma escrita, a qual foi citada por Jesus como algo completado (cf. Lc 16.16; 24.44; Mt 7.12), o peso de provar que Deus rescindiu desses padrões cai sobre os inimigos do Sola Scriptura, e não sobre nós.

7- Porque a messianidade de Cristo é baseada nas Escrituras (Lc 24.27; At 13.27-41; At 18.28; Rm 1.2) e a Suprema Autoridade das Escrituras foi provada por Jesus (Jo 5.45-47.10.35). Em Atos 17.10-12, com efeito, os bereanos foram considerados mais nobres porque, após ouvirem a pregação, iam conferir nas Escrituras para ver se as coisas eram de fato assim. Três pontos nos chamam à atenção neste caso que a bíblia nos relata.

Primeiro, para os bereanos (que foram considerados pelo autor inspirado como mais nobres), a Autoridade Final estava nas Escrituras. Eles fizeram muitíssimo bem em receber as palavras dos mensageiros de Cristo, mas fizeram ainda melhor em verificar se a doutrina [na qual estavam sendo ensinados] era de acordo com a Palavra de Deus.

Segundo, este caso nos mostra que cada cristão deve se submeter aos pastores que Cristo deu à Igreja, na medida em que estes sejam fiéis às Sagradas Escrituras (isto é um princípio bíblico de autoridade, cuja importância já vimos no item 3). Isto evidencia de modo inequívoco que o ensino oral dos apóstolos podia ser testado pelas Escrituras, tornando, assim, inválidos os argumentos dos grupos religiosos que advogam em favor de tradições que jamais podem passar pelo crivo das Escrituras.

Terceiro, este caso nos mostra que a Palavra de Deus é auto-autenticável, porque eles já tinham as Escrituras (ainda que não na sua totalidade como na nossa Bíblia) às quais eles podiam apelar e as reconheciam como Palavra de Deus- e isto antes de qualquer concílio decretá-las. O mesmo ocorre com o povo cristão em relação aos escritos neo-testamentários, conforme Jo 10.14,27, até porque, seria um terrível menosprezo à Soberania do Senhor Deus afirmar que a Sua Palavra necessita ser confirmada pelo homem para ser verdadeira ou considerada como tal (veja Hb 6.13). Do contrário, se a Palavra do Senhor só pudesse ser crida como palavra verdadeiramente divina mediante um testemunho humano, como creríamos em Gênesis 1, onde Deus relata dias da criação anteriores à criação do homem? Isto é a prova da Auto-Suficiência da Autoridade divina, devidamente expressa na auto-autentificação de Sua Palavra, garantida por Sua providência e preservação.

Uma prova inconteste desta providência divina é que o Antigo Testamento foi preservado, mediante a Soberania Divina, apesar da falibilidade dos líderes judeus (Mt 15.1-4; 22.29-32; Lc 11.39-52) e de Israel, como nação. Por que, então, seríamos levados a crer que Deus falharia na preservação do Novo Testamento, que é o esplendor da revelação divina ao homem (2 Co 3.6-18; Ef 3.1-7; Hb 1.2)? Cremos, no entanto, que o Cânon bíblico é resultado da ação soberana de Deus, "que faz todas as coisas segundo o conselho de sua vontade"(cf. Ef 1.11). Por analogia, João Batista não tornou Jesus o Cristo por ter confessado que Ele o era, mas meramente reconheceu sua condição gloriosa de Cristo. Assim também, posteriormente, a Igreja Cristã não fez a Bíblia ser inspirada e nem a tornou Palavra de Deus, mas meramente reconheceu o cânon, como as ovelhas reconhecem a voz do seu Pastor (v. Jo 10.4,16).

8- Porque freqüentemente, quando uma controvérsia doutrinária era estabelecida, Jesus Cristo apelava para as Sagradas Escrituras (Mt 22.29, "Errais não conhecendo as Escrituras..."; Mc 12.10,24). E Ele mesmo nos deu exemplo ao resistir e refutar a todo erro com a Palavra de Deus, exatamente como Jesus fez com Satanás (Mt 4.4,7,10, "Está escrito"..."também está escrito"... "porque está escrito"). Jesus estava nos ensinando a nunca nos afastarmos daquilo que as Santas Escrituras nos ensinam, para que assim não viéssemos a crer no erro, cair nas ciladas de Satanás ou aceitar suas mentiras. Com efeito, todos os cristãos devem agir assim (Ef 6.17), pois todos os verdadeiros servos de Deus estimam de maneira especial a Palavra (Sl 119.140; Jo 14.23; Jo 10.27) e, através do conhecimento da Bíblia, evitam pecar contra o seu Deus (Sl 119.11; Jo 10.27).

9- Porque à verdade de Deus, revelada em Sua palavra (v. Jo 17.17; Sl 119.142,167), não se pode comparar às opiniões dos homens (Nm 23.19; Rm 3.4; 1 Jo 5.9a) ou tradições humanas que surgem no meio do povo de Deus (Mt 15.3ss; Mc 7.7-9; Cl 2.8), visto que todos os homens são passíveis de erro (Sl 116.11) e "mais leves que a vaidade" (Sl 62.9).

Por isso rejeitamos tudo que não está de acordo com esta regra infalível (Is 8.20; Gl 1.8; At 17.11; At 24.14; Sl 119.105), a saber, a Sagrada Escritura inspirada (2 Tm 3.16), conforme os apóstolos nos ensinaram: "Provai os espíritos se procedem de Deus" (l Jo 4.1). E: "Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa" (2 Jo 10).

10- Porque "o que Deus diz, a Escritura diz"! A Suprema Autoridade das Escrituras fica evidentea o analisamos as citações e as fórmulas utilizadas pelos escritores neo-testamentários ao mencionarem as Escrituras: "Deus diz", "O Espírito Santo diz", e tantas outras (cf.At 3.24, 25; 2 Co 6.16; At 1.16). Percebe-se, por tais fórmulas, que "O que Deus diz" e "o que as Escrituras dizem" é exatamente [e sempre] a mesma coisa. Daí o porquê de algumas vezes a Escritura ser mencionada de forma personificada, tal como Deus falando por si mesmo (Gl 3.8; Rm 9.17). E é por isso que a Escritura é autoritativa (2 Pd 1.19-21)! O "Assim diz o Senhor", que confirma nossa fé, bem por esse motivo que expomos, só encontramos nas Escrituras.

Conclusão

Os cristãos evangélicos não aderem ao Sola Scriptura por acaso, mas porque assim são orientados pelo ensino bíblico da Suprema Autoridade das Escrituras. De fato, temos boas razões bíblicas para aceitarmos tal posicionamento doutrinário, sem termos, por outro lado, nenhum motivo razoável para o negarmos. Nas Escrituras, as igrejas cristãs podem encontrar uma fonte segura para se firmarem na doutrina dos apóstolos, um guia infalível e suficiente para todas as questões espirituais.

A aplicação correta de Sola Scriptura previne aos cristãos de apoiarem sua fé na sabedoria e tradição dos homens, serem levados por quaisquer ventos de doutrina e seguirem falsos profetas, ainda que sob pretextos de infalibilidade por parte de alguns falsos mestres. Sola Scriptura serve ao mesmo tempo de âncora da verdade para os crentes a fim de firmá-los na sã doutrina e de uma bússola pela qual todos os cristãos podem conhecer a direção de Deus para suas vidas.

Sola Scriptura oferece ao cristão uma segurança fiel e verdadeira que os hereges, que rejeitam tal princípio, jamais poderão oferecer. Os opositores do Sola Scriptura nunca podem ter a certeza de que aquilo que eles crêem foi de fato ensinado pelos apóstolos do Senhor. Aliás, o próprio conceito de apostolocidade da fé cristã e da Igreja pressupõe sola scriptura (cf. 5). Haja visto que, enquanto nenhum de nós ouve atualmente as pregações dos apóstolos de viva voz, todos encontramos seus ensinos infalivelmente registrados e inspirados somente nas Escrituras; o que torna, inequivocamente e irrefutavelmente, Sola Scriptura a única alternativa viável para seguirmos fielmente a doutrina apostólica, sem perigos de ultrapassá-la, mesmo quando estamos vivendo tempos de grande apostasia.

Desejando manter-me fiel à palavra de Cristo e aos ensinos dos seus santos apóstolos, sob inspiração do Espírito Santo, busco basear a minha fé nas Escrituras. Como o povo de Deus tem dito, digo também eu: Sola Scriptura!

Fonte: Site da Equipe Em Espírito

Os perigos da restauração apostólica contemporânea


Por Ruy Marinho

Durante séculos, os principais líderes de seitas se auto-intitularam apóstolos ou profetas, portadores de extra-revelações supostamente vindas de Deus. Foi assim com o mormonismo, com a Igreja Romana através de sua doutrina da sucessão apostólica, bem como com em várias outras seitas.


Jesus escolheu doze apóstolos, dos quais Judas se suicidou. Posteriormente, Matias veio a ser o escolhido para substituir Judas no ministério apostólico, pois o mesmo foi testemunha da ressurreição do Senhor (At 1:21-26). Depois, Paulo foi chamado pelo próprio Senhor para ser apóstolo e mesmo assim se considerava um abortivo, nascido fora de tempo por ter sido o último a ver o Senhor (1 Co 15:7-9).


Biblicamente, depois da morte do apóstolo João nunca mais ninguém na igreja primitiva foi reconhecido ou ordenado apóstolo. Não existe continuação deste ministério na Bíblia, pois Jesus foi a pedra angular e o fundamento foi posto exclusivamente pelos apóstolos e profetas (Ef 2:19-20, 4:11, 1Co 3:10-11).


Nos últimos anos, virou moda o movimento de restauração apostólica no meio evangélico. Com os seus auto-intitulados apóstolos contemporâneos, um verdadeiro império de poder e de riquezas tem surgido no Brasil e no mundo.


O grande perigo que ocorre neste movimento de restauração apostólica – além de distorções bíblicas gravíssimas, é exatamente o domínio e a monopolização do povo Cristão, impedindo que o crente creia em Deus e em sua Palavra com conhecimento e raciocínio. A ênfase que se dá aos apóstolos contemporâneos como portadores de uma "autoridade especial" é o grande perigo. As pessoas incautas são levadas a viverem involuntariamente submissas aos mesmos, bem como aos ensinamentos distorcidos e místicos que são apregoados por eles, tudo debaixo de um regime autoritarista e dominador, pois pela prática, quem irá contra um "profeta ungido" de Deus?


Estes senhores, intitulados Apóstolos e Profetas, erroneamente estão trazendo para si algo que os colocam como superiores, portadores de uma “unção especial”, pessoas intocáveis e inquestionáveis, os “ungidos de Deus”. Ninguém toca, ninguém critica, ninguém pode levantar alguma objeção contra os argumentos e ensinamentos que os mesmos colocam, pois estará correndo o risco de ser amaldiçoado, perder a salvação e ir para o inferno.


Vejam agora alguns argumentos (absurdos) utilizados pelos “defensores apostólicos” para definir o apostolado contemporâneo:

O Dr. Peter Wagner define o dom de apóstolo da seguinte forma:


O dom de apóstolo é uma habilidade especial que Deus concede a certos membros do corpo de Cristo, para assumirem e exercerem liderança sobre um certo número de igrejas com uma autoridade extraordinária em assuntos espirituais que é espontaneamente reconhecida e apreciada por estas igrejas. A palavra chave nesta definição é AUTORIDADE, pois isto nos ajuda a evitar um erro muito comum que as pessoas fazem ao confundirem o dom do apóstolo com o dom de missionário.


Outro argumento:


Igrejas orientadas por visões e valores. Lideres apostólicos vivem no futuro. Líderes tradicionais sonham com o passado, vivem no presente e tem medo do futuro, lideres apostólicos apreciam o passado, vivem no presente e sonham com o futuro.


O elemento mais radical da reforma apostólica:


A quantidade de autoridade espiritual delegada pelo Espírito Santo para indivíduos.


Bill Hamon escreve: Apóstolos possuem uma autoridade delegada para representar o reino de Deus de forma governamental e não de forma religiosa, com autoridade hierárquica concedida por homens, mas uma autoridade espiritual concedida por Deus. [...]finalmente nos anos 90 se inicia a restauração do dom apostólico.


David Cannistraci diz: Como que o inimigo tem pavor do apóstolo, como que ele teme a completa restauração dos ministérios na igreja. A unção da igreja apostólica do novo testamento restaurada em nossos dias significará um tremendo impacto no reino das trevas. Apóstolos abrem portas espirituais para o evangelho.


Apóstolos possuem uma extraordinária autoridade espiritual, e ao contrário de homens que se auto-nomeiam apóstolos, a iniciativa de todo o processo se inicia com Deus, da mesma forma que isto acontece com qualquer outro dom espiritual.


Fonte dos “textos apostólicos contemporâneos":
http://www.atosdois.com.br

Após ler os argumentos acima, podemos ver que a restauração apostólica se resume exatamente em pregar uma teologia distorcida, onde o enfoque principal é o "domínio" dos apóstolos e profetas modernos perante a igreja, como se fosse uma “autoridade espiritual de governo”. Logo, superior aos demais crentes membros do Corpo de Cristo. Uma hierarquia eclesiástica sem fundamentação bíblica.


Estes apóstolos criam um "mecanismo de auto-defesa" para os que se opõem aos ensinamentos distorcidos. Além de colocar a categoria deles em um nível especial de “unção” - com isso utilizando o clichê "não toqueis nos ungidos de Deus" - colocam que os opositores da restauração apostólica estão influenciados pelo diabo.


Para justificar esta “restauração” dos ministérios de apóstolos e profetas, os defensores desta prática utilizam de algumas passagens bíblicas para defender suas prerrogativas. Porém, através de uma análise exegética honesta e profunda, podemos ver o equívoco que ocorre em tais interpretações. É o que eu pretendo apresentar neste artigo.


Uma dessas interpretações equivocadas e absurdas podemos verificar em um site de um apóstolo contemporâneo de nosso tempo. Vejam o que foi colocado pelo mesmo:


Nasceu a Geração dos Sonhos e precisamos aproveitar o tempo da visitação. Nossa Geração é privilegiada, pois os céus das nações estão abertos para o maior mover da história. Temos crido que esta é a hora mais propensa para mergulharmos no avivamento histórico e cheio de revelação. Nestes dias, nascerá a Geração Júnia, Apóstolas de Avivamento, para que possamos entender que tanto homem quanto mulheres têm legados de autoridade, para selarem uma geração com unção e vida de Deus.


Somos uma geração de privilégio mesmo, pois tantos líderes poderiam ter esta revelação, pois estavam à frente do seu século, e esses líderes não conseguiram romper os paradigmas que assaltaram a sua geração e não puderam consolidar uma multidão de Apóstolos contemporâneos tanto homem quanto mulheres.[...]


[...] O manto Apostólico é o direito de caminhar respaldado e reconhecido no mundo espiritual e trazer os resultados de uma colheita extraordinária, pois somos a geração da promessa e devemos velar pela palavra que já nos foi liberada: UMA COLHEITA ALÉM DOS LIMITES.[...]


[...] O Manto Apostólico é um sinal da cobertura, da vida salutar que estaremos palmilhando, pois desponta uma Geração dotada de autoridade, que nos levará a níveis maiores e nos colocará em lugares altos, uma Geração que recebeu do Senhor Jesus o legado de ser treinada na Lealdade, Fidelidade e Honra, para poder construir um novo tempo cheio de resoluções. Esta Geração pergunta e nós respondemos; somos a resposta desta Geração.[...]


Apóstolo Renê Terra Nova
Ministério Internacional da Restauração Manaus/AM
Fonte: MIR


Vamos analisar as afirmações absurdas desse apóstolo contemporâneo.


Segundo René, eles fazem parte de uma "geração privilegiada", pois até então ninguém teve o "privilégio" de receber as extra-revelações específicas para o "maior mover da história". Uma destas revelações seria o surgimento de "apóstolas contemporâneas", a tal geração Júnia.


De todas estas aberrações teológicas, o que é mais difícil de engolir é que René utiliza um único texto bíblico (Rm 16:7) para justificar o tal apostolado feminino. O pior é que o texto em si é bastante obscuro, sendo assim, impossível de fornecer margem de fundamentação para alguma doutrina. Sem falar que o apostolado verdadeiro foi restrito a igreja primitiva e que cessou após a morte do último apóstolo (João). Clique aqui para maiores detalhes.


Vejamos o quão absurdo é esta afirmação de "geração Júnia de apóstolas". O Pr. Afonso Martins preparou uma ótima análise exegética da passagem em questão, vejamos:


Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são notáveis entre os apóstolos, e estavam em Cristo antes de mim”. (Rm 16.7).


Os defensores desta tese argumentam que Júnias é um nome feminino, e que a mulher com este nome era uma "apóstola", em pé de igualdade com Andrônico. Do ponto de vista dos defensores da ordenação feminina, a passagem prova que Paulo reconhecia que uma mulher pode exercer uma posição de autoridade sobre homens na Igreja apostólica. E se elas eram admitidas ao apostolado, obviamente o eram a cargos eclesiásticos, apóstolas, diaconisas e pastorado. Mas não é tão simples assim. Há várias questões relacionadas com a interpretação deste texto. A primeira questão depende da solução de um problema textual. Existem três variantes do nome Júnias nos manuscritos gregos de Romanos 16.7. As duas primeiras divergem quanto à acentuação da palavra Júnias no grego: (1) Iounia=n, que seria o acusativo de Iounia=j, (Júnia) masculino; (2) Iouni/an, que seria o acusativo de Iouni/a, (Júnia) feminino. A terceira variante é Iouli/an, que corresponderia ao feminino Júlia.


A segunda questão depende da interpretação da expressão "notável entre os apóstolos". Significa que Júnias era um dos apóstolos, já antes de Paulo, e um apóstolo notável? Ou apenas que os apóstolos, antes de Paulo, tinham Júnias em alta conta? As questões mencionadas acima são complexas, e sem respostas definitivas. Examinemos uma a uma.


Júnias é masculino ou feminino?


A variante melhor atestada, segundo o texto grego da UBS, 4a. edição (e de Nestle-Aland, 27a. edição), é Iounia=n , acusativo de Júnia, masculino (atestada pelos manuscritos ) A B* C D* F G P, embora sem acentos). A variante (Júlia) é fracamente atestada, aparecendo apenas no p46 e em algumas versões antigas.


Numa pesquisa feita por computador nos escritos gregos existentes desde a época de Homero (século 9 A.C.) até o século 5 D.C. foram achadas apenas três ocorrências do nome Júnias, além de Romanos 16.7. Plutarco cita uma irmã de Brutus, chamada Júnias; Epifânio, o bispo de Salamina em Chipre, menciona Júnias de Romanos 16.7 como sendo um homem que veio a ocupar o bispado de Apaméia da Síria; e João Crisóstomo se refere a Júnias de Romanos 16.7 como sendo uma irmã notável até mesmo aos olhos dos apóstolos. Os resultados são inconclusivos. Parece evidente que Júnias era nome tanto de homem quanto de mulher no período neotestamentário. O problema é que não sabemos em que gênero Paulo o usou em Romanos 16.7. Isto explica o surgimento de variantes divergindo na acentuação, e o surgimento da variante , que é claramente uma tentativa de resolver a ambigüidade. Se tivermos de tomar uma decisão, devemos dar mais peso à palavra de Epifânio, pois ele sabe mais sobre Júnias do que Crisóstomo, já que informa que Júnias se tornou bispo de Apaméia. Concorda com isto o testemunho de Orígenes (morto em 252 D.C.), que num comentário em latim à carta aos Romanos se refere a Júnias no masculino. Nomes gregos masculinos terminando em -aj não são incomuns, mesmo no Novo Testamento: André (Andre/aj , Mt 10.2), Elias (Eli/aj, Mt 11.14) e Zacarias (Zaxari/aj, Lc 1.5). Para alguns comentaristas, Júnias é a abreviação de Junianius, um nome masculino — mas não há evidências claras disto. A conclusão é que não podemos saber com certeza se Júnias era uma mulher — mais provavelmente era um homem. É por isto que a maioria das traduções modernas, onde possível, traduzem Júnias como masculino (e não Júnia, feminino).


Era Júnias um(a) apóstolo(a)?


Mais uma vez perguntamos, é possível termos uma resposta definida para a pergunta "era Júnias um(a) apóstolo(a)?" Gramaticalmente, a expressão "os quais são notáveis entre os apóstolos" (oitines eisin episêmoi en tois apostolois) tanto pode indicar que Andrônico e Júnias eram apóstolos, quanto que eram tidos em alta conta pelos apóstolos existentes. E mesmo que aceitemos que eram apóstolos, ainda resta o fato de que a palavra apóstolo no Novo Testamento é usada, não somente para os Doze, para Paulo, e para algumas pessoas associadas a ele, como Barnabé, Silas e Timóteo (cf. At 14.14; 1 Ts 2.6), mas para mensageiros e enviados (este é o sentido primário de apostolois) de igrejas locais, como Epafrodito (Fp 2.25) e uns irmãos mencionados em 2 Coríntios 8.23. Estes não parecem exercer governo ou autoridade sobre as igrejas locais, eram simplesmente enviados por elas. Portanto, se Andrônico e Júnias eram apóstolos, deveriam pertencer a este tipo de mensageiros das igrejas locais, com um ministério itinerante. Estes "apóstolos" não tinham autoridade de governo em igrejas locais; antes, eram enviados por elas para desempenhar diferentes funções como representantes ou emissários.


Em última análise, só podemos afirmar com certeza, a partir de Romanos 16.7, que, quem quer que tenha sido, Júnias era uma pessoa tida em alta conta por Paulo, e que ajudou o apóstolo em seu ministério. Não se pode afirmar com segurança que era uma mulher, nem que era uma "apóstola", e muito menos uma como os Doze ou Paulo. A passagem, portanto, não serve como evidência bíblica para a ordenação feminina no período apostólico. E essa conclusão está em harmonia com o fato de que Jesus não escolheu mulheres para serem apóstolos. Não há nenhuma referência indisputável a uma "apóstola" no Novo Testamento.


Fonte da análise sobre Júnias: www.cacp.org.br


Portanto, esse negócio de "geração Júnia" para o surgimento de apóstolas contemporâneas não existe, é a mais pura invencionisse de pessoas que não tem conhecimento bíblico e que só interpretam a Bíblia da maneira que mais convém para seus próprios umbigos.


Neste artigo, minha intenção foi mostrar somente a "ponta do iceberg". Existem muito mais absurdos a serem refutados.


Cuidado com esses "apóstolos contemporâneos" que dizem ter revelações exclusivas, dadas por Deus. O Canon Bíblico já foi fechado, a Bíblia já está completa e Deus não autorizou a ninguém ficar acrescentando novas revelações extrabíblicas por aí.


Soli Deo Gloria!


Ruy Marinho

Fonte:
Blog Bereianos

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Uma reflexão sobre Salvação! Quem escolhe, nós ou Deus?

Quem escolhe? Deus ou nós?
Por: Tiago Vieira

Essa pergunta tem levantado acirrados debates teológicos. Somos nós que escolhemos ser salvos ou é Deus, em Sua soberania, que escolhe quem Ele quer? Será que todos têm oportunidade de salvação? A princípio talvez sua resposta seja: "somos nós que escolhemos, afinal todos tem oportunidade". Mas será que é isso mesmo que a Bíblia ensina? Vamos analisar os textos bíblicos e depois você poderá responder com mais precisão.

A Bíblia não diz que Deus amou o mundo? Sim, com certeza!

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16 RA

E amar o mundo não significa escolher todas as pessoas do mundo?

Não! Veja o que Jesus falou sobre seus discípulos:

“Se vocês fossem do mundo, o mundo os amaria por vocês serem dele. Mas eu os escolhi entre as pessoas do mundo, e vocês não são mais dele. Por isso o mundo odeia vocês.” João 15:19 NTLH

Então não somos nós que escolhemos a Deus? É Ele que nos escolhe?

Exatamente. Assim Ele diz:

“Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e dêem fruto e que esse fruto não se perca.” João 15:16a NTLH

Quando Ele nos escolheu? Antes da criação do mundo.

"Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa..." Efésios 1:4 NTLH

Mesmo sendo Deus que nos escolheu, será que Ele não nos escolheu por que sabia das

nossas obras futuras?

Não, pois a salvação não depende das nossas obras, mas sim do plano e da graça de Deus.

"Deus nos salvou e nos chamou para sermos o seu povo. Não foi por causa do que temos feito, mas porque este era o seu plano e por causa da sua graça. Ele nos deu essa graça por meio de Cristo Jesus, antes da criação do mundo." 2 Timóteo 1:9 NTLH

Tem algum exemplo na Escritura que mostre isso?

Sim, Jacó e Esaú são um bom exemplo de que Deus não leva em consideração as obras de ninguém na hora de escolher.

"Mas, para que a escolha de um deles fosse completamente de acordo com o plano de Deus, o próprio Deus disse a Rebeca: “O mais velho será dominado pelo mais moço.” Disse isso antes de eles nascerem e antes de fazerem qualquer coisa, boa ou má. Assim ficou confirmado que é de acordo com o seu plano que Deus escolhe aqueles que ele quer chamar, sem levar em conta o que eles tenham feito. Como dizem as Escrituras Sagradas: “Eu escolhi Jacó, mas rejeitei Esaú.” Romanos 9:11 e 12 NTLH

Amar um e rejeitar outro antes de nascerem não é uma grande injustiça de Deus?

De modo nenhum. Veja:

"Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia." Romanos 9:14-16

Que direito Deus tem pra agir assim?

O direito que o Criador tem sobre aquilo que Ele cria.

"Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?" Romanos 9:20 e 21

Mas por que Deus escolhe uns e não escolhe outros?

Porque quer mostrar o seu poder sobre os vasos da ira e também mostrar a sua glória nos vasos de misericórdia.

"E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?" Romanos 9:22-24 RC

Acho que Deus pode escolher pessoas para muitas coisas, mas não para a salvação.

Onde a Bíblia diz que é escolha para a salvação?

Em várias passagens das Escrituras, veja um exemplo:

"Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para o que também vos chamou mediante o nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo." 2 Tessalonicenses 2:13 e 14 RA

Será que não foi por que eu quis buscar a Deus que Ele me deu a salvação?

Não, pois o homem natural, afastado de Deus, nunca o busca. Como está escrito:

"Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." Romanos 3:10-12 RC

Sim, mas eu tive fé. A minha fé não veio antes da escolha de Deus?

Não! Primeiro é preciso que Deus escolha a pessoa, para que então ela tenha fé.

"Pois esta é a ordem que o Senhor Deus deu a nós, o seu povo: “Eu coloquei você como luz para os outros povos, a fim de que você leve a salvação ao mundo inteiro.” Quando os não-judeus ouviram isso, ficaram muito alegres e começaram a dizer que a palavra do Senhor era boa. E creram todos os que tinham sido escolhidos para ter a vida eterna." Atos 13:47 e 48 NTLH

Mas a fé é minha ou é um dom de Deus?

A fé é um dom de Deus!

"Por causa da bondade de Deus para comigo, me chamando para ser apóstolo, eu digo a todos vocês que não se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário, pensem com humildade a respeito de vocês mesmos, e cada um julgue a si mesmo conforme a fé que Deus lhe deu." Romanos 12:3 NTLH

E o meu arrependimento?

Até o arrependimento tem que ser concedido por Deus.

"E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em cuja vontade estão presos." 2 Timóteo 2:24-26 RC

Então ninguém pode ser salvo se Deus não permitir?

Exatamente. Foi isso que Jesus falou.

"E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido." João 6:65 RA

Há mais textos que falam isso?

Sim. Veja:

"Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim; e de modo nenhum jogarei fora aqueles que vierem a mim. Pois eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha própria vontade. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum daqueles que o Pai me deu se perca, mas que eu ressuscite todos no último dia." João 6: 37-39 NTLH

Então por que Jesus falou até por meio de parábolas? Não foi pra que todas as pessoas

pudessem entender Sua mensagem?

Muito pelo contrário, Ele usou parábolas justamente para que os que não foram eleitos não entendam, não se arrependam e, conseqüentemente, não sejam perdoados.

"Jesus disse a eles: —A vocês Deus mostra o segredo do seu Reino. Mas para os que estão fora do Reino tudo é ensinado por meio de parábolas, para que olhem e não enxerguem nada e para que escutem e não entendam; se não, eles voltariam para Deus, e ele os perdoaria." Marcos 4:11 e 12 NTLH

Eu nunca tinha visto as coisas dessa forma. Pode-me mostrar mais textos que mostrem isso?

Sim. O apóstolo Paulo, após falar sobre o povo de Israel e mostrar que mesmo dentro do povo escolhido haviam escolhidos, fala sobre a época da igreja:

"A mesma coisa também acontece agora, isto é, por causa da graça de Deus, ainda existe um pequeno número daqueles que ele escolheu. Essa escolha se baseia na graça de Deus e não no que eles fizeram. Porque, se a escolha de Deus se baseasse no que as pessoas fazem, então a sua graça não seria a verdadeira graça. E isso quer dizer que não foi o povo de Israel que encontrou o que estava procurando. Quem encontrou foi apenas um pequeno grupo que Deus escolheu; os outros não quiseram ouvir o chamado de Deus. Como dizem as Escrituras Sagradas: 'Deus endureceu o coração e a mente deles; deu-lhes olhos que não podem ver e ouvidos que não podem ouvir até o dia de hoje.' " Romanos 11:5-8 NTLH

Deus endurece o coração e a mente das pessoas?

Sim, Ele endurece o coração e a mente de quem quer quando isso é necessário para cumprir Seu plano.

"Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados." João 12:40 RA

Pode mostrar algum exemplo disso na Bíblia?

Sim. Faraó é um bom exemplo de alguém que teve o coração endurecido por Deus.

"Porém o SENHOR endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito a Moisés." Êxodo 9:12 RC

"Porque, como está escrito nas Escrituras Sagradas, Deus disse a Faraó: “Foi para isto mesmo que eu pus você como rei, para mostrar o meu poder e fazer com que o meu nome seja conhecido no mundo inteiro.” Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer e endurece o coração de quem ele quer." Romanos 9:17 e 18 NTLH

Tenho uma dúvida: Judas Iscariotes era um escolhido?

Não, Judas não era um escolhido. Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus fala que eles foram escolhidos, exceto Judas.

"Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o empregado não é mais importante do que o patrão, e o mensageiro não é mais importante do que aquele que o enviou. Já que vocês conhecem esta verdade, serão felizes se a praticarem. —Não estou falando de vocês todos; eu conheço aqueles que escolhi. Pois tem de se cumprir o que as Escrituras Sagradas dizem: 'Aquele que toma refeições comigo se virou contra mim'. Digo isso a vocês agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam que 'EU SOU QUEM SOU'." João 13:16-19 NTLH

Pedro fala que Judas se desviou para ir para o seu próprio lugar.

“E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor do coração de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.” Atos 1:24 e 25 RC

Isso quer dizer que algumas pessoas já estão predestinadas para a condenação? Veja:

“Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.” Judas 4 RC

Se é assim, então quer dizer que Deus criou essas pessoas para serem condenadas? Exatamente.

“O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal.” Provérbios 16:4 RC

Existem muitos escolhidos? Jesus disse que não.

"Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos." Mateus 22:14 RC

E os escolhidos podem perder a salvação?

Não, pois ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão de Jesus, e nada pode nos separar do amor de Deus, pois é Ele que nos justifica.

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar." João 10:27-29 RA

"Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Romanos 8:38 e 39 RA

"Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica."
Romanos 8:33 RA

Mas há pessoas que abandonaram a fé cristã. Elas não perderam a salvação?

Não, pois na verdade nunca foram salvas. A Bíblia diz que são como porcas que foram lavadas e voltaram para a lama. Jesus diz que nunca conheceu essas pessoas. Mesmo que tenham feito milagres, expulsado demônios e profetizado em Seu nome, nunca foram Dele.

"Portanto, aqueles que chegaram a conhecer o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e que escaparam das imoralidades do mundo, mas depois foram agarrados e dominados por elas, ficam no fim em pior situação do que no começo. Pois teria sido muito melhor que eles nunca tivessem conhecido o caminho certo do que, depois de o conhecerem, voltarem atrás e se afastarem do mandamento sagrado que receberam. O que aconteceu a essas pessoas prova que são verdadeiros estes ditados: 'O cachorro volta ao seu próprio vômito' e 'A porca lavada volta a rolar na lama'."
2 Pedro 2:20-22 NTLH

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade." Mateus 7:21-23 RA

E o que acontecerá com aqueles que morreram sem conhecer a Palavra de Deus?

Perecerão, pois a única forma de salvação é a fé em Cristo.

"Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados." Romanos 2:12 RC

"Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." João 14:6 RA

"E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos." Atos 4:12 RA

Pode citar mais textos que falam sobre o assunto?

Sim. Aí estão:

"... havendo sido predestinados, conforme o propósito d’Aquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade; com o fim de sermos para louvor da Sua glória ..."
Efésios 1:11-12

"Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder ... e vós fostes feitos nossos imitadores ..."
1 Tessalonicenses 1:4-6

"... tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus ..." 2 Timóteo 2:10

"... segundo a fé dos eleitos de Deus ..." Tito 1:1

"Mas vós sois a geração escolhida ... o povo adquirido ..." 1 Pedro 2:9

"... vencerão os que estão com Ele, chamados, e eleitos, e fiéis." Apocalipse 17:14

"Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste." João 17:2

"Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la." Efésios 2:8 e 9

"... o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam." Atos 18:27

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou." Romanos 8:28-30

"Ouvindo isto, os discípulos ficaram grandemente maravilhados e disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível". Mateus 19:25 e 26

"Para ele, os seres humanos não têm nenhum valor; ele governa todos os anjos do céu e todos os moradores da terra. Não há ninguém que possa impedi-lo de fazer o que quer; não há ninguém que possa obrigá-lo a explicar o que faz.” Daniel 4:35

“Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.” Isaías 45:7

"Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar." Mateus 11:27

"Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade."
Filipenses 2:13

Nesse estudo aprendemos que é Deus quem nos escolhe, e nos escolhe entre as pessoas do mundo. Descobrimos que Ele opera em nós tanto o querer quanto o efetuar, que é poderoso para endurecer o coração de quem quer, e ter misericórdia de quem quer, pois, assim como um oleiro, Ele tem poder sobre o barro para, da mesma massa, fazer um vaso para honra e outro para desonra, segundo a Sua vontade.

Vimos também que a escolha foi feita antes da criação do mundo, e não levou em conta as nossas obras, nem boas nem más. Deus fez Sua escolha de acordo com o Seu plano. O homem natural não pode nem quer buscar a Deus, pois a própria fé é um dom de Deus, e o arrependimento tem que ser concedido por Ele.

Aqueles que o Pai deu a Jesus inevitavelmente irão a Ele, e os que vão a Ele jamais serão lançados fora. Os eleitos nunca perecerão, pois ninguém pode arrebatar as ovelhas da mão de Jesus e da mão do Pai.

Espero que você seja fortalecido na fé em saber que é de Deus que depende a nossa salvação, e que Ele merece todo o crédito e todo o mérito pela obra realizada em nós.

Glória somente a Deus!

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